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Consórcios da Amazônia Legal e do Nordeste constroem parceria com governo alemão

Governantes querem cooperação para implementar economia de baixa emissão de carbono e, ao mesmo tempo, gerar emprego, renda e potencializar a produção.

Por Redação
31/10/2019 16h16

Governador do Amapá, Waldez Góes, com a diretora-chefe do Ministério de Cooperação da Alemanha, professora Claudia Warning

Um dia depois de selar uma forte aliança com o Papa Francisco, em defesa da preservação e do desenvolvimento econômico e social da Pan-Amazônia, governadores brasileiros iniciaram novas perspectivas de parceria com o governo alemão – um dos principais atores da agenda ambiental mundial.

Nesta quinta-feira, 31, os governadores Waldez Góes (AP) e Hélder Barbalho (PA) – presidente e membro, respectivamente, do Consórcio da Amazônia Legal, – e Wellington Dias (PI), representante do Consórcio dos Estados do Nordeste, se reuniram, em Berlim, com a diretora-chefe do Ministério de Cooperação da Alemanha, professora Claudia Warning, especialista em políticas de desenvolvimento.

Os representantes dos consórcios fizeram uma abordagem sobre as ações e o planejamento comprometidos com as agendas do clima, do desenvolvimento sustentável e do direito das populações tradicionais para ambas as regiões (Amazônia e Nordeste). O intuito foi de mostrar que os estados estão integrados e possuem um planejamento estratégico consoante com as questões ambientais do planeta, assim como têm prioridades para compatibilizar o combate aos problemas climáticos com o desenvolvimento econômico e social da região.

No caso da Amazônia, Waldez Góes destacou que a parceria deve ser construída de maneira que alie a preservação da floresta com uma economia de baixa emissão de carbono, que gere oportunidades de emprego e renda para as 29 milhões de pessoas que vivem na região.

“Queremos parcerias não só para diminuir o desmatamento, mas, também, para aumentar a qualidade de vida, com geração de oportunidades, emprego e renda, e verticalização da produção, para as pessoas que vivem e que tomam conta da Amazônia. A maior região de preservação do mundo é, também, a região de maior vulnerabilidade social, isso não pode permanecer. E estamos nestas agendas internacionais buscando solução e parceria para resolver estes problemas do povo amazônida, e, ao mesmo tempo, preservar a floresta, zerar o desmatamento, combater o aquecimento global”, explicou Waldez à ministra Claudia Warning.

Helder Barbalho citou o reflorestamento de áreas degradadas pelas queimadas e a importância de investimentos em ciência e tecnologia.

“É fundamental viabilizar a floresta em pé e a preservação do meio ambiente com alternativas econômicas que tragam emprego e renda para nossa população. Fazer um agronegócio sustentável com aprimoramento tecnológico, impulsionando o melhoramento genético e de solo, e, assim, ampliando a produção sem que haja devastação da floresta”, reforçou o governador paraense.

Fundo Amazônia

O Ministério Federal alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento conduz o financiamento de 2 mil projetos em cerca de 90 países, entre eles, o Brasil. Juntamente com a Noruega, é responsável por repassar ao Estado Brasileiro, por meio do Fundo Amazônia, um volume de cerca de 400 milhões de euros destinados à proteção da floresta amazônica.

Como Alemanha, junto com Noruega e Reino Unido são os principais doadores do fundo, o consórcio quer atuar para não permitir o fim do mecanismo e articular para que esses países firmem compromisso com os projetos de prioridade da Amazônia.

A ministra disse que é favorável à manutenção do fundo: “Temos dialogado em relação a este tema com o governo Norueguês, que ainda se mostra hesitante, sobretudo, por causa das recentes queimadas, mas, também, se mostra aberto ao diálogo pela manutenção do fundo”, mencionou.

Ela afirmou que a iniciativa de interlocução dos governadores tem melhorado a imagem do Brasil em relação à Amazônia perante a comunidade internacional.

Ficou acertado no encontro que a embaixada da Alemanha no Brasil irá intensificar o diálogo com os dois consócios para amadurecer as parcerias. No mês de novembro, haverá nova rodada de conversações em Berlim, na Alemanha.

Serviços ambientais

Waldez também levantou a questão sobre o pagamento por serviços ambientais, previsto no artigo 6º do Acordo Comercial de Paris. “É importante que o mundo encontre essa equação de pagamento por serviços ambientais, vamos levantar esse debate na COP-25”, enfatizou Waldez. Warning assentiu que este tema pode ser outro exercício desenvolvido entre Brasil e Alemanha.

Embaixada brasileira

Na segunda agenda do dia, o governador Waldez se reuniu com o embaixador do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe, com o objetivo de afinar o discurso com o diplomata brasileiro em relação à articulação das cooperações.

“Precisamos de um trabalho de articulação muito forte. Por exemplo, a Noruega, que chegou a ficar muito tensa com todo aquele acirramento de discurso com do governo federal e as queimadas, ainda se demonstra aberta. Isso é fruto do diálogo dos governos alemão e inglês com o governo norueguês. Precisamos desse diálogo permanente, dessa articulação, para avançarmos nas parcerias com a Alemanha”, evidenciou o governador.

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