Procuradoria vai cobrar reparação dos danos causados à Estrada de Ferro
A primeira visita foi feita no dia 9 de maio, após a caducidade do contrato de concessão com a mineradora Zamin, que obtinha a posse da área.
Uma equipe
de peritos da Polícia Técnico-Científica (Politec) e membros da
Procuradoria Geral do Estado (PGE) deram prosseguimento, nesta
segunda-feira, 16, à inspeção no complexo ferroviário da Estrada de
Ferro do Amapá (EFA). A primeira visita foi feita no dia 9 de maio, após
a caducidade do contrato de concessão com a mineradora Zamin, que
obtinha a posse da área.
Nesta etapa da inspeção, os representantes
de ambas as instituições acompanharam as condições estruturais do
complexo e depois reuniram com a equipe técnica da Setrap, para definir a
atuação de cada órgão neste processo.
O diretor-presidente da Politec, Salatiel Guimarães, informou que é necessária a perícia nos locais onde houve roubos dos equipamentos da ferrovia. Segundo ele, o procedimento pode ajudar na investigação policial. “Percebemos rapidamente que, além da depredação, houve os roubos de peças das locomotivas, de carros e de objetos dos departamentos. É preciso fazer um levantamento pericial em toda a área para avaliarmos os reais danos”, explicou.
Para o procurador do estado, Francisco Feijó, a partir da finalização da inspeção e do inventário do complexo ferroviário, a PGE terá artifícios para cobrar a reparação de danos ao patrimônio público da mineradora. “Nesse processo precisamos saber as perdas reais do Estado em relação ao descaso com a Estrada de Ferro. Responsabilizaremos não só a empresa, mas também a mineradora que foi a mediadora no processo de instalação da atual mineradora”, explica.
O diretor do departamento de transportes
e terminais ferroviário da Setrap, Eleomar Sabadini, informou que, além
da presença dos órgãos de governo, instituições fiscalizadoras como o
Ministério Público serão acionadas. “Após a finalização da inspeção,
iremos emitir um documento testemunhal sobre a situação dos bens
reversíveis da ferrovia para que sejam tomadas as providências junto a
cada órgão. É um procedimento que vai ser longo, mas que pretendemos
terminar nos próximos seis meses”, declarou.
Prejuízos
A paralisação da ferrovia ocorreu em 2014 e trouxe perdas significativas para a economia do Estado. Os produtores que dependiam das viagens de trem para fazer o escoamento dos produtos para a capital, atualmente, buscam transportes alternativos.
No setor mineral, a situação é a mesma. Só no município de Serra do Navio há cerca de quatro bilhões de toneladas de manganês estocadas que poderiam ser exportadas.
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