Produtores terão participação na gestão da Flota

Para sair do assentamento Manoel Jacinto, onde mora Doracy, precisou utilizar uma rabeta – espécie de embarcação comum na região. Segundo ela, a viagem de 1h30 não foi sacrifício diante da importância de sua participação na eleição do Conselho. “O Governo está incluindo a gente nesse processo, e não podemos deixar de participar. É importante escolhermos uma pessoa que defenda nossos interesses”, afirmou a agricultora.

O Conselho Gestor (CG) é presidido pelo IEF com a participação de representantes dos setores público, privado e a comunidade. Serão eleitos 36 conselheiros entre titulares e suplentes que representarão todas as unidades da Flota.

De acordo com o diretor-presidente do IEF, Marcos Tenório, o Conselho Gestor é consultivo, ou seja, tem a função de orientar, fiscalizar, discutir e deliberar os temas relacionados à gestão das unidades de conservação e à exploração sustentável das florestas. “É o espaço que os produtores deverão apresentar quais atividades tem interesse em desenvolver e que tipo de benefícios esperam”, informou.   

Tenório ressaltou a importância da participação dos produtores nas decisões a serem  tomadas para que não sejam prejudicados em nenhuma etapa. “Os produtores que estão na área da Flota não serão excluídos”, afirmou.

Eleito

Por unanimidade, Raimundo Coelho, o último morador da margem direita do Rio Araguari, foi eleito conselheiro da região. Ele atua no setor extrativista e encara a oportunidade com responsabilidade. "Agradeço a confiança da comunidade e vamos junto com o Governo assegurar o direito dos produtores. Queremos utilizar a floresta de forma sustentável”, declarou.

Como suplente, o escolhido foi o agricultor Antônio Carlos Silva. Ao todo, 40 produtores das comunidades Campo Verde, colônia agrícola do Matapi, Rio Araguari, assentamento Nova colina e Manoel jacinto, participaram da assembleia que ocorreu na Câmara de Vereadores.  Essas localidades, estão dentro da área da Flota em Porto Grande, correspondendo a 40% do território.

A expectativa da coordenação é que, até agosto, todos os segmentos tenham indicado os representantes. Após a posse, os conselheiros serão capacitados para atuarem na defesa dos direitos dos produtores que permanecerão na Flota e serão beneficiados e na construção do regimento interno do conselho.

A  Flota

A Floresta Estadual do Amapá  (Flota) é uma área de vegetação nativa, criada com a finalidade de fomentar o uso sustentável dos recursos naturais no estado. O objetivo é a exploração dos produtos madeireiros e não madeireiros de forma racional (sustentável).

A área total da Flota é de mais de 2.369.400 de hectares, correspondente a 16,51% do território amapaense. A área, abrange dez municípios do Estado (Mazagão, Porto Grande, Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Amapá, Calçoene, Tartarugalzinho, Pracuúba, Ferreira Gomes e Oiapoque).

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