PPI: produtores amapaenses inovam com plantação de culturas diferentes no mesmo solo

Governador inspeciona aérea de plantio da mandioca na comunidade Mel da Pedreira.

O Governo do Amapá realizou neste sábado, 19, a programação do Dia de Campo, na comunidade quilombola Mel da Pedreira, na zona rural de Macapá. Junto a produtores locais, o governador, Waldez Góes, inspenciou áreas de plantação de mandioca, milho e feijão pertencentes a agricultores atendidos pelo Programa de Produção Integrada de Alimentos (PPI) e conheceu a Casa de Farinha do local.

A programação foi coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) com apoio da Embrapa. 

Na localidade, está sendo montado um trabalho experimental no arranjo de mandiocultura com a insersão de duas espécies: jurará e manivão, ambas mais resistentes às pragas. Na mesma área, está em fase experimental o plantio de milho e feijão, para mostrar aos produtores locais que é possivél ter mais de uma cultura no mesmo espaço e com boas colheitas.

“Mel da Pedreira é uma comunidade muito organizada, que trabalha com foco em cadeias produtivas. Com o PPI, vamos incentivar o produtor a introduzir tecnologia, insumos e a produzir mais na mesma área e trabalhar com mais de uma cultura. Aqui nesta comunidade, por exemplo, temos a criação de porcos, então a plantação de milho é estratégica para alimentar estes animais", disse Góes.

A embrapa é parceira do Estado neste trabalho e auxilia em técnicas como a escolha das sementes que serão plantadas, a exemplo das espécies de mandioca cultivadas em Mel da Pedreira.

"Os dados de nossas pesquisas apontam que mais de 80% da produção da agricultura familiar vêm da mandioca. Então, estamos investindo em tecnologia das sementes para oferecer aos nossos agricultores raízes fortes, que podem alavancar a produção que facilmente vai sair de 10 para 30 tabelas de raiz", enfatizou o diretor-geral da Embrapa/AP, Cláudio Almeida

De forma teórica e prática, a SDR reforça aos produtores, de forma contínua, as orientações sobre a execução dos trabalhos. Com as inserções de novas práticas no campo, a área passa a ter raízes de mandiocas selecionadas e mais resistentes; além de um volume de adubação adaptado ao solo e com plantio de outras culturas.

“Com o trabalho que estamos desenvolvendo, queremos ter uma colheita maior. Nossa realidade é de até 13 toneladas de mandioca por hectare, mas podemos chegar até 30 toneladas, ou seja, podemos praticamente triplicar a colheita e isso vai gerar mais emprego e renda no campo", frisou a técnica da SDR, Socorro Carvalho.

Com os serviços em desenvolvimento, o produtor e proprietário do terreno, Marineu Picanço, se mostra muito esperançoso em ter colheitas boas em uma única área.

“Aqui, tenho muita certeza que tudo vai dar certo e nós teremos uma grande produção. Quero plantar cada vez mais e esse apoio veio na hora certa", disse o trabalhador.

Estiveram acompanhando a comitiva a deputada Aline Gurgel e os secretários Janner Gazel (SDR), Hugo Paranhos (Rurap), Álvaro Cavalcante (Diagro) e Eduardo Tavares (Planejamento).

Em 2021, o Governo do Amapá investe R$145 mil em recursos do PPI na comunidade de Mel da Pedreira beneficiando 20 famílias com preparo de 20 hectares e adubação. De acordo com as pesquisas da SDR, cada hectare de plantio no arranjo de mandiocultura tem o potencial de render até R$50 mil.

Mel e Suinocultura

O governador Waldez recebeu das mãos do presidente da Associação de Moradores, Jacob Fortunato, o projeto para a construção e aquisição de equipamentos de um entreposto, denominado Casa do Mel, para o beneficiamento do produto, que possui grande potencial na região.

Outro setor que chama atenção na comunidade é a criação de suínos. A suinolcultura já recebe auxílio do Governo do Amapá, através do Fundo de Desenvolvimento Rural do Amapá (Frap), que está fomentando a construção de novos ambientes apropriados para a criação dos animais.

PPI 2021

O PPI é coordenador pela SDR. Em 2021, o programa já alcançou 1.290 produtores de 64 entidades agrícolas, totalizando R$ 11 milhões para a agricultura familiar, que é parte dos R$55 milhões destinados ao setor econômico nos últimos 18 meses.

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