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Ciclo do Marabaixo 2022: tambores rufam na comunidade de Campina Grande, em Macapá

Localidade recebeu a programação da Murta da Santíssima Trindade no sábado, 4.

Por Gabriel Penha
06/06/2022 10h14

Pela tradição das comunidades, a murta é uma planta que serve para enfeitar o mastro.

Os tambores rufaram na comunidade de Campina Grande, zona rural de Macapá, no último sábado, 4, para saudar a Murta da Santíssima Trindade, programação que faz parte do Ciclo do Marabaixo 2022.

Pela tradição das comunidades, a murta é uma planta que serve para enfeitar o mastro. Ela foi tirada nas próprias matas da região de Campina Grande e foi conduzida pelos festeiros até o local onde foi levantado o mastro feitos com troncos da floresta.

A União Folclórica de Campina Grande (UFCG) foi fundada em outubro de 2000. Há 22 anos integra de maneira formal a programação do Ciclo do Marabaixo, mas a história da comunidade com a cultura é bem mais antiga e o motivo da felicidade e orgulho de Solange Costa, uma das coordenadoras do grupo.

“O diferencial é a nossa comunidade ser mais afastada, mas isso não tira o brilho e a dedicação com que fazemos cada momento do Ciclo do Marabaixo, este ano especialmente, com a volta do público e as atividades de forma presencial”, diz Solange.

Outra tradição mantida na região é a ladainha. Rezada em latim pelo convidado especial, o senhor Chico da Lagoa, que carrega consigo o nome se sua comunidade, a Lagoa de Fora.

Depois das obrigações religiosas, a roda de marabaixo tomou conta do barracão Jesus Maria José, às margens da estrada. E a festa ficou ainda mais bonita com os grupos que atenderam o convite e marcaram presença na festividade – foram pelo menos quatro.

Neste domingo, 5, a festa seguiu nos barracões da zona urbana da capital, com rodas de maiaraixo nos barracões Berço do Marabaixo (Tia Gertrudes), Raízes da Favela, Marabaixo do Pavão e Raimundo Ladislau, marcadas pelo culto ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade.

Apoio do Governo do Estado

Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2018, o Ciclo do Marabaixo recebe apoio do Governo do Estado, com investimento de R$110 mil, através da Secretaria de Cultura (Secult), divididos igualmente entre os grupos realizadores. A programação também recebe apoio institucional da Fundação Estadual de Promoção da Igualdade Racial, a Fundação Marabaixo, órgão que substitui a extinta Seafro.

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