Com representantes dos povos Galibi Marwono, Waiana, Wajãpi, Galibi Kali’na e Karipuna, Governo do Amapá cria Secretaria Colegiada dos Povos Indígen
Com a mudança, o órgão público passa a ter representantes dos diversos territórios em sua composição, para atender cada realidade, de acordo com suas necessidades especificas.
Os novos gestores são pessoas conhecedoras de cada terra indígena do Amapá.
Em um ato de respeito à diversidade, o Amapá inova com com a criação da Secretaria Colegiada dos Povos Indígenas. Além da gestora titular Simone Karipuna, empossada na última quarta-feira, 25, o órgão público passa a ter em sua composição quatro secretários-adjuntos representando os diversos territórios indígenas do Amapá.
Com esse formato, a ideia é atender a realidade de cada um desses povos, de acordo com suas necessidades específicas. Os novos secretários-adjuntos são: Jawaruwa Wajãpi,da região Wajãpi; Kutanan Waiana, da região do Tumucumaque e Paru D’Este; Sônia Jeanjacque, da região de Oiapoque; e Elson Forte Galiby, do povo Galibi Marworno.
A nova composição da Sepi foi apresentada durante a cerimônia de posse da assistente social Simone Karipuna. Ela destacou a força das mulheres indígenas na busca pelo desenvolvimento socioeconômico.
“Eu vim de uma aldeia pequena, mas de lideranças de grandes mulheres e é assim que quero que todas as mulheres e guerreiros indígenas, se sintam, fazendo parte desse momento. Precisamos pensar para dentro das nossas comunidades e aldeias em melhorias para saúde, educação e pensar em políticas públicas diferenciadas para dentro do nosso território que, de fato, reflete a nossa realidade”, disse Karipuna.
A cerimônia de posse também marcou o início da gestão de Josilane Oliveira na Fundação Marabaixo. As duas receberam vibrações para um bom mandato através do canto e da dança, ritual apresentado na abertura da solenidade pelos indígenas das tribos indígenas do Amapá e norte do Pará, Região Wajãpi, Rio Paru, Tumucumaque, Oiapoque e Parque do Tumucumaque.
Políticas Públicas para os indígenas
O evento regado a diferentes manifestações culturais contou, ainda, com a presença da ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara. Em sua fala, ela se compromete em dar valor às comunidades tradicionais, buscando dignidade, em qualquer região do país, e defendendo a floresta e os bens promovidos por ela.
“Precisamos valorizar a Amazônia, e as pessoas que estão aqui: povos indígenas, comunidades tradicionais, ribeirinhos, extrativistas. No governo federal, temos a missão de levar dignidade para quem está passando fome e quem vive na pobreza. Vivemos um novo momento da história, com a nossa participação direta. Ver hoje essas mulheres assumindo lugar de destaque é resultado de muita luta e resistência”, afirmou a ministra dos Povos Indígenas.
Para o representante dos povos das terras do Tumucumaque, Demétrio Amicipa Tirió, ter uma liderança forte é necessário para ouvir a voz dos indígenas. Segundo ele, no território onde vive, há cerca de 6 mil indígenas com necessidades nas áreas de saúde, educação e assistência social.
“Precisamos de um representante forte para dialogar com a gente e que entenda as nossas necessidades. Só assim para garantir melhor qualidade de vida para o nosso povo”, disse Tirió.
Em seu discurso, o governador Clécio Luiz destacou o compromisso do Governo do Amapá, junto ao Governo Federal, em assegurar os direitos e proteção aos povos indígenas, além do novo formato da Sepi.
“É o primeiro passo para essa experiência que esperamos ser inspiradora para outros estados. Os símbolos são importantes para a nossa autoafirmação, principalmente diante de episódios trágicos no nosso país. Temos uma relação com negros e indígenas no Amapá, mas precisamos estar sempre como sentinelas, fomentando a equidade e justiça social. Toda a equipe de governo está empenhada em agir de forma integrada, promovendo políticas públicas transversais e abertas ao diálogo franco com a nossa população”, comentou o governador. Afirmou, Clécio.
Doutores da Amazônia
Para melhorar a assistência oferecida aos povos indígenas, o Governo do Amapá firmou parceria com a entidade sem fins lucrativos Doutores da Amazônia e a Coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei). O objetivo é planejar realizar atendimentos especializados nas diversas áreas médica e odontológica.
Conheça os novos gestores da Secretaria Extraordinária para os Povos Indígenas:
Simone Karipuna - A nova gestora dos Povos Indígenas é natural da terra Juminã, aldeia Kunanã, região do Oiapoque. Formada em Assistência Social, ela é especialista em Políticas Públicas e Interculturalidade pela Universidade Federal do Amapá (Unifap) e ativista pelas causas indígenas desde os 10 anos. Entre suas missões à frente da secretaria, está desenvolver políticas públicas para oferecer melhores condições de vida aos indígenas amapaenses, além de combater o preconceito.
Jawaruwa Wajãpi - secretário-adjunta representante da Região Wajãpi
É membro do conselho das aldeias Wajãpi - Apina desde 2003. Foi o primeiro parlamentar do povo Wajãpi, entre 2016 a 2020), em Pedra Branca do Amapari. É estudante do curso de formação dos professores Wajãpi realizado pela Seed/AP.
Kutanan Waiana - secretário-adjunta representante da Região do Tumucumaque e Paru D’Este.
Ativista, graduado em Ciências Exatas e da natureza pela Unifap. É um dos coordenadores executivo da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp), presidente da associação dos povos indígenas Waiana e Apalai (Apiwa) e conselheiro do Conselho Deliberativo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Sônia Jeanjacque - secretária-adjunta representante da Região Oiapoque
É formada pelo curso de licenciatura intercultural indígena habilitada na área de Ciências Exatas e Naturais, graduanda do curso de Direito, ambos pela Unifap. É ativista do movimento indígena desde a infância, em 2021 foi eleita a primeira mulher a ser vice cacica do seu povo. Artesã, coordena o grupo de mulheres da comunidade que trabalham com produção de artesanato. Foi assistente administrativa da associação das mulheres indígenas em mutirão (Amin),de 2021 a 2022, e atualmente é vice- coordenadora da associação de seu povo. Em 2021, foi eleita umas das conselheiras deliberativas da associação Na’na kali’na. Em 2022 foi eleita vice-coordenadora do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque (CCPI).
Elson Forte Galiby - secretário-adjunto Representante do Povo Galibi Marwono
Elson é professor formado pela licenciatura intercultural indígena área de ciências humanas e a nível do magistério indígena. Desde muito cedo, começou a participar como liderança nas reuniões indígenas, assembleia entre outras, acompanhou o ex-cacique Paulo Roberto e as outras lideranças do grupo de lideranças Galibi Marworno nas discussões de políticas públicas voltada aos povos indígenas. Em 2019, assumiu o cargo como vice-cacique da maior aldeia do estado do Amapá, a Kumarumã, do Rio Oiapoque. Em 2021, assume a coordenação de base da Apoiamp do Rio Uaçá.
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