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Com representantes dos povos Galibi Marwono, Waiana, Wajãpi, Galibi Kali’na e Karipuna, Governo do Amapá cria Secretaria Colegiada dos Povos Indígen

Com a mudança, o órgão público passa a ter representantes dos diversos territórios em sua composição, para atender cada realidade, de acordo com suas necessidades especificas.

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26/01/2023 18h03

Os novos gestores são pessoas conhecedoras de cada terra indígena do Amapá.

Em um ato de respeito à diversidade, o Amapá inova com com a criação da Secretaria Colegiada dos Povos Indígenas. Além da gestora titular Simone Karipuna, empossada na última quarta-feira, 25, o órgão público passa a ter em sua composição quatro secretários-adjuntos representando os diversos territórios indígenas do Amapá.

Com esse formato, a ideia é atender a realidade de cada um desses povos, de acordo com suas necessidades específicas. Os novos secretários-adjuntos são: Jawaruwa Wajãpi,da região Wajãpi; Kutanan Waiana, da região do Tumucumaque e Paru D’Este; Sônia Jeanjacque, da região de Oiapoque; e Elson Forte Galiby, do povo Galibi Marworno.

A nova composição da Sepi foi apresentada durante a cerimônia de posse da assistente social Simone Karipuna. Ela destacou a força das mulheres indígenas na busca pelo desenvolvimento socioeconômico.

“Eu vim de uma aldeia pequena, mas de lideranças de grandes mulheres e é assim que quero que todas as mulheres e guerreiros indígenas, se sintam, fazendo parte desse momento. Precisamos pensar para dentro das nossas comunidades e aldeias em melhorias para saúde, educação e pensar em políticas públicas diferenciadas para dentro do nosso território que, de fato, reflete a nossa realidade”, disse Karipuna.

A cerimônia de posse também marcou o início da gestão de Josilane Oliveira na Fundação Marabaixo. As duas receberam vibrações para um bom mandato através do canto e da dança, ritual apresentado na abertura da solenidade pelos indígenas das tribos indígenas do Amapá e norte do Pará, Região Wajãpi, Rio Paru, Tumucumaque, Oiapoque e Parque do Tumucumaque.

Políticas Públicas para os indígenas

O evento regado a diferentes manifestações culturais contou, ainda, com a presença da ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara. Em sua fala, ela se compromete em dar valor às comunidades tradicionais, buscando dignidade, em qualquer região do país, e defendendo a floresta e os bens promovidos por ela.

“Precisamos valorizar a Amazônia, e as pessoas que estão aqui: povos indígenas, comunidades tradicionais, ribeirinhos, extrativistas. No governo federal, temos a missão de levar dignidade para quem está passando fome e quem vive na pobreza. Vivemos um novo momento da história, com a nossa participação direta. Ver hoje essas mulheres assumindo lugar de destaque é resultado de muita luta e resistência”, afirmou a ministra dos Povos Indígenas.

Para o representante dos povos das terras do Tumucumaque, Demétrio Amicipa Tirió, ter uma liderança forte é necessário para ouvir a voz dos indígenas. Segundo ele, no território onde vive, há cerca de 6 mil indígenas com necessidades nas áreas de saúde, educação e assistência social.

“Precisamos de um representante forte para dialogar com a gente e que entenda as nossas necessidades. Só assim para garantir melhor qualidade de vida para o nosso povo”, disse Tirió.

Em seu discurso, o governador Clécio Luiz destacou o compromisso do Governo do Amapá, junto ao Governo Federal, em assegurar os direitos e proteção aos povos indígenas, além do novo formato da Sepi.

“É o primeiro passo para essa experiência que esperamos ser inspiradora para outros estados. Os símbolos são importantes para a nossa autoafirmação, principalmente diante de episódios trágicos no nosso país. Temos uma relação com negros e indígenas no Amapá, mas precisamos estar sempre como sentinelas, fomentando a equidade e justiça social. Toda a equipe de governo está empenhada em agir de forma integrada, promovendo políticas públicas transversais e abertas ao diálogo franco com a nossa população”, comentou o governador. Afirmou, Clécio.

Doutores da Amazônia

Para melhorar a assistência oferecida aos povos indígenas, o Governo do Amapá firmou parceria com a entidade sem fins lucrativos Doutores da Amazônia e a Coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei). O objetivo é planejar realizar atendimentos especializados nas diversas áreas médica e odontológica.

Leia mais: Governo do Estado e entidade sem fins lucrativos planejam atendimentos de saúde bucal de alta tecnologia em aldeias indígenas do Amapá

Conheça os novos gestores da Secretaria Extraordinária para os Povos Indígenas:

Simone Karipuna - A nova gestora dos Povos Indígenas é natural da terra Juminã, aldeia Kunanã, região do Oiapoque. Formada em Assistência Social, ela é especialista em Políticas Públicas e Interculturalidade pela Universidade Federal do Amapá (Unifap) e ativista pelas causas indígenas desde os 10 anos. Entre suas missões à frente da secretaria, está desenvolver políticas públicas para oferecer melhores condições de vida aos indígenas amapaenses, além de combater o preconceito.

Jawaruwa Wajãpi - secretário-adjunta representante da Região Wajãpi

É membro do conselho das aldeias Wajãpi - Apina desde 2003. Foi o primeiro parlamentar do povo Wajãpi, entre 2016 a 2020), em Pedra Branca do Amapari. É estudante do curso de formação dos professores Wajãpi realizado pela Seed/AP.

Kutanan Waiana - secretário-adjunta representante da Região do Tumucumaque e Paru D’Este.

Ativista, graduado em Ciências Exatas e da natureza pela Unifap. É um dos coordenadores executivo da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp), presidente da associação dos povos indígenas Waiana e Apalai (Apiwa) e conselheiro do Conselho Deliberativo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

Sônia Jeanjacque - secretária-adjunta representante da Região Oiapoque 

É formada pelo curso de licenciatura intercultural indígena habilitada na área de Ciências Exatas e Naturais, graduanda do curso de Direito, ambos pela Unifap. É ativista do movimento indígena desde a infância, em 2021 foi eleita a primeira mulher a ser vice cacica do seu povo. Artesã, coordena o grupo de mulheres da comunidade que trabalham com produção de artesanato. Foi assistente administrativa da associação das mulheres indígenas em mutirão (Amin),de 2021 a 2022, e atualmente é vice- coordenadora da associação de seu povo. Em 2021, foi eleita umas das conselheiras deliberativas da associação Na’na kali’na. Em 2022 foi eleita vice-coordenadora do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque (CCPI).

Elson Forte Galiby - secretário-adjunto Representante do Povo Galibi Marwono

Elson é professor formado pela licenciatura intercultural indígena área de ciências humanas e a nível do magistério indígena. Desde muito cedo, começou a participar como liderança nas reuniões indígenas, assembleia entre outras, acompanhou o ex-cacique Paulo Roberto e as outras lideranças do grupo de lideranças Galibi Marworno nas discussões de políticas públicas voltada aos povos indígenas. Em 2019, assumiu o cargo como vice-cacique da maior aldeia do estado do Amapá, a Kumarumã, do Rio Oiapoque. Em 2021, assume a coordenação de base da Apoiamp do Rio Uaçá.

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