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Samu Amapá registra queda de 40% no número de trotes após projetos de conscientização

Levantamento é de setembro a dezembro de 2022, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Por Alice Palmerim
28/02/2023 06h50

Samu registrou queda de 40% no número de ligações falsas para o 192

Após implementar projetos de conscientização, o Serviço de Atendimentos Móvel de Urgência do Amapá (Samu) registrou uma queda de 40% no número de ligações falsas para o 192 - telefone disponibilizado à população para atender os casos de emergência de média e alta complexidade.

De setembro a dezembro de 2022, foram registrados 1.283 trotes para o Samu, enquanto o mesmo período de 2021 somou 3.672 ligações falsas. Em 2023, o mês de janeiro apontou 215 trotes nos dois maiores municípios do estado, Macapá e Santana.

Para o diretor do Serviço, Rildo Brito, a redução é atribuída à conscientização da sociedade por meio de ações do Samu, como o Projeto Alozinho, criado para orientar principalmente crianças e adolescentes sobre os problemas causados pelo trote.

"O Alozinho surgiu a partir da Lei do Trote, criada em homenagem à sargenta do Corpo de Bombeiros Patrícia Gonçalves Façanha, que teve uma morte trágica em 2011, em decorrência de um trote", explicou Brito.

Antes do projeto, o Centro Integrado de Operações De Defesa Social (Ciodes) recebia em média 160 mil ligações falsas por mês e, após as palestras educativas, esse número diminuiu para 100 ligações.

“É preciso conscientizar as pessoas, porque o tempo que se perde identificando um trote poderíamos estar atendendo, de fato, quem precisa. Os nossos servidores estão preparados para identificar situações suspeitas”, pontuou o diretor.

A implantação do E-SUS/Samu também contribuiu para a queda nos número. Os sistema é uma estratégia do Ministério da Saúde (MS) para coletar informações detalhadas sobre os atendimentos - auxiliando no processo de identificação das chamadas.

Prejuízos causados pelo trote
Além de prejudicar o atendimento de ocorrências verdadeiras, o trote traz prejuízos financeiros. De acordo com o Ciodes, entre 2014 e 2015, o Estado perdeu quase R$ 15 milhões por conta da prática. O custo de um trote para o Corpo de Bombeiros custa em média R$ 1,8 mil e, para a Polícia Militar, R$ 800.

O trote é crime, previsto no artigo 266 do Código Penal, com detenção que pode chegar a 3 anos e multa. Em âmbito estadual, a falsa comunicação de ocorrência é prevista pela Lei 2.089/2016, de autoria da deputada Maria Góes. A legislação prevê pagamento de multa de até um terço do salário mínimo vigente.

Corpo de Bombeiros
Em 2022, o CBM/AP registrou 20 trotes que poderiam prejudicar o andamento de verdadeiras ocorrências. O registro é feito pelo Centro de Operações Bombeiro Militar (Cobom), coordenado pela coronel Arlete Picanço, que alertou sobre o trote.

“Trote parece uma brincadeira inofensiva, mas não é. Ele causa muitos transtornos, além de deixar de atender quem realmente precisa, coloca em risco a vida de muitas pessoas e desperdício de recursos públicos. Então, pedimos o apoio dos pais para que nos ajudem diante dessa situação, informando que o trote pode ocasionar multas e até a prisão", ressaltou Arlete.

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