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‘Vivo um novo momento da minha vida’, diz vítima acolhida pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher

Agricultora de Porto Grande recebeu apoio para construir um novo momento, fora do ciclo de agressões domésticas.

Por Alice Palmerim
17/03/2023 17h12

Cram de Porto Grande realizou mais de 600 atendimentos em 2022

Foi no Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) de Porto Grande, a 102 quilômetros de Macapá, que a agricultora Camila Silva (nome fictício para preservar a vítima), de 39 anos, encontrou a saída para construir uma nova história, após ser vítima de violência doméstica. Agora, ela tem a esperança de dias melhores.

"Após o período de muita dificuldade que enfrentei, foi bom conversar com outras mulheres que passaram pelo que eu passei. Hoje, eu vivo um novo momento na minha vida, quero adquirir novos conhecimentos e proporcionar o melhor para minhas três filhas”, contou Camila.

O Cram é vinculado à Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres (SEPM). Em 2022, o Centro registrou 621 atendimentos para acolher vítimas de violência doméstica em Porto Grande. Em janeiro do ano passado, foram 78 casos de agressões físicas contra mulheres, no mesmo período de 2023, foram 61.

As informações são do Observatório da Mulher, ferramenta criada pelo Governo do Amapá para monitorar os casos de violência física, sexual, psicológica, entre outras, contra mulheres nos 16 municípios.

Na última quinta-feira, 16, uma equipe da SEPM esteve na cidade para participar da programação da Defensoria Pública do Amapá (DPE) sobre a Rede de Atendimento à Mulher (RAM), um sistema composto por órgãos públicos que oferece, de forma integrada, serviços jurídicos, sociais e de saúde às vítimas de violência.

"Estamos motivados a fazer parcerias e melhorias para garantir mais proteção e visibilidade às mulheres do Oiapoque a Laranjal do Jari”, disse a secretária de Mulheres, Adrianna Ramos.

De acordo com o coordenador do Núcleo Regional da Defensoria em Porto Grande, o defensor Ricardo Carvalho, a iniciativa do órgão é trabalhar a potencialidade feminina passando pelo empoderamento, palestras e resgate da autoestima.

"Convidamos a Secretaria de Estado da Mulher porque entendemos que todos os órgãos que atuam na rede de atendimento  têm que se unir para que a gente consiga avançar nas políticas públicas para a diminuição da violência doméstica", pontuou Carvalho.

A subdefensora-geral, Elena Rocha, falou sobre os serviços da defensoria e a proteção das mulheres em situação de violência de gênero.

"Para garantir os direitos das mulheres, é importante ter atuação em conjunto com a rede de proteção e conseguir efetivar integralmente esses direitos”, frisou Elena.

Para obter atendimento no Cram, a vítima deve ser encaminhada pela Delegacia da Mulher.

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