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Plano de universalização da energia elétrica é apresentado ao Governo do Amapá e prevê beneficiar 6 mil famílias rurais e ribeirinhas em 2023

CEA Equatorial Energia inicia a instalação de sistemas fotovoltaicos e segue a ampliação da rede elétrica no mês de maio.

Por Fabiana Figueiredo
20/04/2023 07h00

Projeto busca universalizar o acesso à energia elétrica em regiões ribeirinhas do Amapá

O governador do Amapá em exercício, Teles Júnior, conheceu nesta quarta-feira, 19, o planejamento do processo de universalização da distribuição de energia no estado. A apresentação foi feita pela CEA Equatorial Energia, concessionária que prevê levar o serviço para mais 6 mil famílias ribeirinhas entre maio e dezembro de 2023.

Os benefícios chegam a regiões como o Arquipélago do Bailique, Sucuriju e foz do Rio Araguari por meio do programa Luz para Todos e do que era chamado de "Mais Luz para a Amazônia", numa parceria entre os governos Federal, Estadual e a Equatorial.

"O Luz para Todos foi retomado em 2021, e agora a política pública ganha mais força, com a energia solar. Nós, como Governo, levaremos o projeto 'Terras Caídas' em maio para o Bailique, com ações de curto e médio prazo. O importante é que está se levando soluções para que as pessoas que vivem em comunidades mais distantes possam viver com dignidade", citou o governador em exercício, Teles Júnior.


Além de ações assistenciais, o Governo do Amapá planejou implantar, até o início do verão, mais 2,5 mil sistemas de captação da água da chuva no Bailique. A medida busca dar suporte às famílias que sofrem com a salinização na região, com o avanço do Oceano Atlântico sobre o Rio Amazonas.

O presidente da CEA Equatorial Energia, Augusto Dantas, pontuou que os esforços buscam alcançar a universalização da cobertura em todo o estado até o fim de 2024.

"Esses programas não resolvem a situação do Bailique, por exemplo. Temos as famílias mapeadas e está sendo feito todo o direcionamento necessário. A intenção é que, até o fim de 2024, a gente consiga buscar 99% da universalização da energia no Amapá", ressaltou Dantas.


Luz para Todos
O sistema de cabos que leva energia elétrica por meio do Sul do Arquipélago do Bailique tem sofrido com o fenômeno das terras caídas. Os investimentos a partir de maio buscam reforçar a segurança e estabilidade da distribuição do serviço e ampliar a oferta para mais residências, através da Subestação Inajá.

Para isso, o planejamento descreve a instalação de 4 mil quilômetros de rede bifásica, beneficiando 3,5 mil unidades consumidoras. A previsão é de R$ 56 milhões em investimentos.


Sistemas fotovoltáicos
O programa, que proporciona energia renovável e limpa por meio de sistemas fotovoltáicos, vai atender em 2023 famílias de baixa renda e ribeirinhas que habitam nas regiões do Bailique, Rio Cajari, Rio Araguari e Sucujiru, áreas onde ainda não é possível levar energia elétrica pela rede cabeada de distribuição.

Os sistemas dos kits são compostos por painéis fotossensíveis, inversor e baterias de lítio, que podem atender casas com geladeira, tv, até 5 lâmpadas e 2 ventiladores, com uso moderado.

Os quase 2,5 mil beneficiados já foram cadastrados, passam a ser clientes da CEA Equatorial Energia, com garantia de manutenção do sistema a cada 3 meses, e não precisam pagar taxas os beneficiados com os programas Tarifa Social e Conta Paga Luz, do GEA.

Ações de assistência social e saneamento básico
Para atender a população em situação de vulnerabilidades, uma mobilização foi feita para levar no dia 9 de maio a comunidades do Bailique serviços do GEA e parceiros.

De forma imediata, as famílias receberão água potável, cestas básicas, cobertor, além de serviços da área da saúde e social.

"Poder ver a luz chegando 24h por dia é levar dignidade para essas pessoas. As ações que planejamos são um alívio imediato para as famílias com alimento, cobertor, serviços sociais", descreveu a secretária de Assistência Social, Aline Gurgel.

No planejamento emergencial, a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) passa a entregar, a partir de maio, kits de captação de água da chuva. A medida prevê 2,5 mil beneficiados com caixas de 2 mil litros.

"Até o início do verão essas pessoas estarão com as caixas instaladas. Estamos também fazendo uma análise mais profunda para avaliar a salinização. Não é só dessalinizar e tratar a água, mas é necessário um trabalho de manutenção desses sistemas. Temos feito estudos junto ao Senai e empresas que se disponibilizaram a pensar com o Estado como melhor atender o Bailique", afirmou o presidente da Caesa, Jorge Amanajás.

Além disso, o Amapá possui R$ 800 milhões contemplados no leilão do saneamento básico, recurso voltado para a universalização para as zonas rurais.

Bailique
O arquipélago do Bailique é um distrito de Macapá que reúne mais de 8 mil habitantes, espalhados por oito ilhas, e fica a cerca de 200 quilômetros da capital, sendo possível acessar apenas por embarcações. A comunidade vive da pesca, agricultura familiar e cultivo de açaí.

A população enfrenta dois fenômenos distintos. O primeiro é a erosão nas margens dos rios, conhecido como 'terras caídas'. E também a salinidade das águas, que dificulta o acesso à água potável. Siga o Canal do Governo do Amapá no WhatsApp

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