‘Estamos prontos para educar nossa comunidade’, diz professor indígena formado pelo Governo do Amapá
Kenaware Waiãpi foi um dos 57 alunos do curso de formação de professores indígenas em Pedra Branca do Amapari.
Os professores foram habilitados para lecionar para estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Levar educação de qualidade, com respeito à cultura, às tradições, a identidade e, sobretudo, a língua materna dos povos indígenas do Amapá. Essa é a missão que o novo professor, Kenaware Waiãpi, assume após o Curso de Formação para Professores Indígenas realizado pelo Governo do Estado.
“Foram muitos desafios durante todo esse período, mas hoje nós recebemos o nosso certificado e estamos prontos para educar todos da nossa comunidade. Vencemos essa etapa”, ressaltou o professor.
A cerimônia de formatura aconteceu no último sábado, 29, na aldeia indígena Aramirã, localizada no município de Pedra Branca do Amapari. Ao todo, 57 formandos foram habilitados para atuar como professores de séries da Educação Infantil e Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano.
Uma das novas educadoras, a indígena Marinau Waiãpi, celebrou a conquista do novo ofício. “Agora eu sou professora, tenho meu certificado e agradeço a todos que me ajudaram na conquista dessa nova etapa”, disse Marinau.
A turma de Pedra Branca do Amapari foi a terceira do estado a ser formada para o magistério. As outras duas foram em Oiapoque.
O curso faz parte do Programa de Formação de Professores Indígenas Turé, do grupo Wajãpi. A ação garante ao povo indígena desta etnia a autonomia para se apropriarem dos seus processos de ensino e aprendizagem escolar.
Toda a formação foi dividida em 10 módulos de aprendizagem, com 33 disciplinas divididas entre Linguagens, Ciências Humanas, Ciências Naturais e Formação Específica ao Magistério Indígena.
A secretária adjunta de Políticas Educacionais, Antônia Andrade, reforça que além da capacitação para o ensino nas salas de aula, os novos professores também são habilitados como pesquisadores e agentes para elaboração do projeto político pedagógico de suas escolas.
“É mais um ganho para a educação do nosso estado. Entregamos novos profissionais para atuarem no avanço da nossa educação, um ganho imensurável principalmente por se tratar de pessoas que conhecem a realidade e a vivência de onde atuarão”, pontuou Antônia.
A gestora acrescenta que o trabalho desempenhado por eles irá ocorrer em conjunto com suas comunidades, atendendo as expectativas em relação à educação escolar e organizando propostas curriculares e calendários diferenciados, específicos para as populações indígenas, como datas comemorativas e celebrações típicas de cada povo.
Educação Escolar Indígena
A Secretaria de Educação administra 54 escolas indígenas do Amapá e Norte do Pará, que funcionam no sistema regular e modular, atendendo mais de 4,6 mil estudantes.
Nas escolas onde não é possível ofertar o ensino regular, o Estado implanta o Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena (Somei), em que o professor passa 40 dias na aldeia. Esse método é voltado para o 6º ano até o ensino médio.
O ensino modular atua nas escolas indígenas de três áreas do estado, localizadas nos municípios de Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e na região do Parque Montanhas do Tumucumaque.
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