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‘Eu treino para ajudar meu coração e a minha mente’, diz atleta de 78 anos de projeto social do Governo do Amapá

A aposentada Alzira dos Santos faz parte da primeira turma de judô do 'Esporte é Segurança'.

Por Marcelle Corrêa
08/05/2023 08h00

Projeto esportivo é ferramenta de inclusão social e qualidade de vida

Com cabelos brancos, mãos e rosto que trazem as marcas do tempo, a aposentada Alzira dos Santos, de 78 anos, é uma praticante dedicada de judô atendida pelo projeto social "Esporte é Segurança", da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). A idade não é empecilho para a atleta, que supera os cuidados com a saúde do coração para manter o corpo em movimento.

“O professor tem paciência com a gente, principalmente comigo. Está sempre falando ‘dona Alzira, dona Alzira’, isso é cuidado por causa da minha idade. Faço tratamento de coração mas o médico liberou meus treinos, e eu digo que o coração não pode parar, então continuo a treinar para ajudar o meu coração e a minha mente. Estar aqui pra mim é uma benção, eu ganhei mais autonomia”, diz a judoca.

Para a aposentada, cada dia de treino é uma conquista, sentimento que compartilha com outra beneficiada, a judoca Lucimar Paixão, de 64 anos. Ela conta que tem diversas complicações de saúde e isso causou preocupação na família quando informou que iria praticar judô. Lucimar não entregou os pontos e já avalia que a vitalidade só aumentou.

“Eu treino pela minha saúde. Tenho problemas de coluna, pressão alta, diabetes e labirintite, mas depois que eu comecei a treinar judô, melhorei muito. Isso é nítido agora para a minha filha que, logo que eu decidi praticar essa modalidade, ficou preocupada. Então eu disse: ‘pois eu vou! Não posso ficar em casa sem fazer nada”, ressalta a atleta.

Esporte é Segurança
Alzira e Lucimar fazem parte da primeira turma da melhor idade do projeto social "Esporte é Segurança", promovido na Academia Integrada de Formação e Aperfeiçoamento (Aifa), no bairro Marabaixo 2, Zona Oeste de Macapá.

O objetivo é ser uma ferramenta de inclusão social por meio do esporte e ocorre em conjunto com a Delegacia-Geral de Polícia Civil, a Federação Amapaense de Judô e o Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (Tjap).

Policial civil aposentado, o sensei Antônio Viana conta que a ideia iniciou em 2007. O treinador argumenta que a prática de atividades físicas é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a manutenção da saúde e melhoria da qualidade de vida em todas as idades.

"E no caso dos idosos, esse cuidado é ainda mais importante. Contribui para aumentar o tônus muscular, que vai se perdendo naturalmente com a idade, e com a atividade física conseguimos retardar esse processo, trabalhando força, equilíbrio, resistência, além da mente, já que eles aprendem a memorizar os golpes e defesas que têm nomes japoneses, isso força o cérebro a trabalhar", reforça Viana.

As aulas, a princípio, eram voltados aos profissionais da segurança pública e seus dependentes, mas em seguida foram expandidos para a comunidade, tendo foco inicialmente em crianças com risco social moradoras dos bairros vizinhos à Aifa. Agora, o projeto abraçou também os idosos.

Inscrições
A turma de judô da melhor idade ainda tem 20 vagas disponíveis. Para participar, basta ir à sede da Aifa, localizada na rodovia Duca Serra, 2220, Marabaixo II, e procurar pelo sensei Antônio Viana. "Essa é uma oportunidade de viver bem, com bom humor, respeito e muita amizade", reforça o treinador.


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