Ciclo 2023: retirada dos mastros nas matas do Curiaú reúne seis grupos de marabaixo
Programação acontece no sábado, 13. No domingo, 14, as caixas também rufam nos barracões.
Retirada dos mastros pelos grupos nas matas do Curiaú é um dos pontos altos da programação do Ciclo
É com a cadência das caixas de percussão, o balançar das bandeiras e o som dos ladrões, como são chamadas as cantigas tradicionais, que os seis grupos que realizam o Ciclo do Marabaixo fazem a retirada, neste sábado, 13, dos mastros nas matas da comunidade quilombola do Curiaú.
A abertura oficial da celebração ocorreu com a entrega da Central do Marabaixo pelo Governo do Amapá, em 31 de março. A festa teve exposição de artigos da cultura marabaixeira, como vestimentas, caixas, degustação de gengibirra e cozidão, feira de artesanato, além de várias apresentações dos grupos culturais ao longo da noite.
A retirada dos mastros é feita pelos grupos Berço do Marabaixo, Raimundo Ladislau, Marabaixo do Pavão, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic), União Folclórica da Campina Grande e Santíssima Trindade de Casa Grande.
A atividade é um dos pontos altos das celebrações em homenagem ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, que também reforçam a conscientização ambiental. Para cada árvore retirada, uma muda da mesma espécie é plantada como uma forma de preservar a natureza e reafirmar o respeito às matas.
Esse é o momento na programação em que todos os grupos se reúnem, e para celebrar esse encontro, como manda a tradição, é oferecido um almoço para festeiros e visitantes, além das caixas rufando no chamado “marabaixão”.
“É um momento de integração entre as comunidades realizadoras”, diz a coordenadora da União Folclórica de Campina Grande, Solange Costa.
Ainda no sábado, na comunidade que Solange faz parte, acontece uma roda de marabaixo. Também terá festejo e levantamento do mastro no barracão Tia Gertrudes, do grupo Berço do Marabaixo. As celebrações continuam no domingo, 14, quando é a vez dos barracões Marabaixo do Pavão, Raimundo Ladislau e Azebic.
Patrimônio do Brasil
O Ciclo do Marabaixo, realizado pelas famílias tradicionais do Amapá, é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde novembro de 2018.
Essa manifestação típica reúne danças de roda, percussão, cantigas que relatam o cotidiano da população quilombola amapaense, somadas às festas do catolicismo popular, e inicia sempre no Sábado de Aleluia, no mês de maio, e se estende até o domingo seguinte a Corpus Christi.
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