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Mais Sorrisos: Governo do Amapá ultrapassa 600 atendimentos sociais e de saúde para mulheres Wajãpi

Em parceria com a ONG Doutores da Amazônia, ação durou mais de uma semana e levou assistência para a Terra Indígena, que fica no centro-oeste amapaense.

Por Alice Palmerim
30/06/2023 07h00

A ação se concentrou em Aramirã, em Pedra Branca do Amapari

As políticas públicas para as mulheres amapaenses somaram 638 atendimentos na Terra Indígena Wajãpi, de 21 a 28 de junho, como parte da ação ‘Mais Sorrisos’, realizada pelo Governo do Amapá em parceria com a Organização Não Governamental Doutores da Amazônia. A ação se concentrou em Aramirã, uma das aldeias do território, que fica no município de Pedra Branca do Amapari, no centro-oeste amapaense.

A unidade móvel da Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres (SEPM) levou atendimentos psicológicos, de enfermagem, de assistência social para as indígenas, além de rodas de conversas e recreação infantil. Uma das atendidas pela equipe foi a cacica Nazaré Waiãpi, de 63 anos, que esteve acompanhada pelo marido Marâre Waiãpi, 47 anos, e falou sobre a importância de cuidar da saúde.

“A gente não vai muito à cidade, então é importante ter vários médicos juntos no mesmo lugar. Nós fizemos exames, passei pelo dentista, psicólogo, oftalmologista, enfermagem e assistência social. A gente precisa se cuidar, principalmente quando tem uma certa idade”, destacou a indígena.

Um dos serviços que teve destaque através da unidade móvel da Secretaria de Políticas para Mulheres foi o psicológico, com 30 pessoas atendidas nos dez dias de ação. Para a psicóloga, Milena Nunes de Almeida, 50 anos, de Goiânia, voluntária há dois anos na Doutores da Amazônia, a ação foi positiva e muito significativa.

“Devido à distância e dificuldade de acesso a consultas especializadas e medicamentos, algumas mulheres indígenas enfrentam o adoecimento da saúde mental. Algumas questões diagnosticadas durante os atendimentos estão relacionadas aos conflitos familiares devido ao uso de bebida alcoólica, a ida dos filhos para estudar na cidade e algumas situações de luto e depressão”, frisou a profissional.

Um dos objetivos da pasta também foi fazer a escuta das mulheres indígenas para a implantação de políticas públicas que ampliem os serviços à população. 

“Viemos na unidade móvel e fizemos a escuta das indígenas. Precisamos entender o que é violência doméstica e o que é cultura, após esse entendimento poderemos fazer trabalhos educativos. Nossa presença serve também para explicar quais são os tipos de violência existentes”, destacou a ssistente social, Patricia Palheta. 

A gestora de Políticas para Mulheres, Adrianna Ramos, destacou a ação como fundamental para que as políticas públicas para o público feminino indígena sejam mais assertivas.

“Conhecer a realidade da mulher indígena é essencial. Os serviços que oferecemos, sem dúvida, somaram com a ação ‘Mais Sorrisos’ do Governo do Estado, mas queremos ajudar a compreender os conflitos que essas mulheres vivenciam para trabalharmos as políticas públicas alinhadas com o fator cultural", afirmou a gestora.

Para a coordenadora da ação ‘Mais Sorrisos’ e primeira-dama Priscila Flores, esse foi um projeto-piloto para próximas ações.

“Pretendemos chegar a outras comunidades como as ribeirinhas, quilombolas e as comunidades de difícil acesso", afirmou a coordenadora.

Ao todo, a ação Mais Sorrisos somou mais de 40 mil atendimentos na Terra Indígena. O projeto também teve parceria com o Exército Brasileiro, Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Amapá e do Norte do Pará, da Secretaria de Saúde do município de Pedra Branca do Amapari e dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues.

 

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