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Governo do Amapá debate com moradores de Porto Grande os impactos ambientais da exploração de minério na região

Audiência pública, nesta terça-feira, 19, também reuniu representantes da empresa que vai desenvolver o Projeto Ferro Matapi.

Por Luan Rodrigues
19/09/2023 14h42

Um grande público participou do debate que aconteceu no campus Porto Grande do Instituto Federal do Amapá (IFAP)

O Governo do Amapá realizou audiência pública nesta terça-feira, 19, no município de Porto Grande, para debater os impactos ambientais da exploração de minério pelo Projeto Ferro Matapi. O evento, conduzido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), contou com a participação da população da região, autoridades públicas do município e dirigentes da empresa Porto Grande Mineração Ltda (PGML), responsável pelo empreendimento.

"Hoje o momento é de ouvir a comunidade e esclarecer sobre o processo de licenciamento que está acontecendo dentro da secretaria de Meio Ambiente, para que no final de todo o procedimento, o processo seja deferido ou indeferido, essa é só mais uma etapa", disse a secretária, Taísa Mendonça. 

A PGML é uma empresa amapaense, de capital estrangeiro e pretende criar 150 empregos diretos na região. Segundo a empresa, o Projeto Ferro Matapi tem um potencial de extração de 3 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de mais de 3 anos.

Apenas em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) existe uma previsão de serem repassados mais R$ 2 milhões ao município de Porto Grande, decorrentes da iniciativa.

“Se contarmos somente a arrecadação de Porto Grande, é estimado um acréscimo de 25%, que resultará diretamente em mais investimentos à população”, disse o gerente-geral da PGML, Paulo Lisboa.

O empreendimento contempla a implantação de toda estrutura necessária para a lavra de minério de ferro, em área localizada na zona rural do município, às margens do ramal principal da Colônia Agrícola do Matapi, totalizando 96 hectares de área que será diretamente afetada.

Caso haja sucesso nas operações, há uma previsão de ampliação da exploração, o que geraria outro processo de licenciamento no futuro.

A audiência pública, reuniu um grande público no auditório e no ambiente externo do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Campus Porto Grande. Quem não conseguiu acesso a sala, acompanhou os debates por um monitor de televisão que transmitiu, em tempo real, as apresentações.

Durante o evento, diversas lideranças e membros de associações comunitárias de várias comunidades, buscaram orientações sobre o projeto e quais os possíveis impactos que ele pode causar no modo de vida de suas comunidades.

“Nossa presença é para ouvir o que os responsáveis pelo empreendimento tem a dizer, sabemos que haverá impactos na nossa vida, mas também queremos entender o que essa iniciativa pode trazer de benefícios para nossa comunidade”, disse Myrceia Diniz, professora e agricultora da Associação dos Produtores de Abacaxi do Porto Grande - ASPA/PG, moradora da Linha C da Colônia Agrícola do Matapi.

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