Startup20: painéis social e ambiental debatem integração do poder público e privado para avanço econômico na Amazônia
Especialistas destacaram pontos de atenção para inovação verde considerando a realidade dos povos da florestas.
Painéis simultâneos analisaram os pilares da bioeconomia durante o Startup20
O Startup20 no Amapá trouxe mais um dia de plenárias segmentadas neste domingo, 25, com debates de temas sobre o desenvolvimento econômico, social e sustentável. Com apresentações simultâneas divididas em três eixos temáticos, os participantes debateram a integração entre poder público e privado, estratégias e impactos, e inovação verde.
O evento, que reúne países do grupo das maiores economias do mundo, G20, é realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), em parceria com o Governo do Estado e o Sebrae-AP. O foco é o empreendedorismo tecnológico e a bioeconomia como fontes da geração de emprego, renda e riqueza na Amazônia.
Pensando justamente nesse processo de solucionar problemas, o painel: "Comparate Venture Capital: estratégias e impactos", apresentado pela presidente da Central Única das Favelas (Cufa Amapá), Alzira Nogueira, trouxe a economia e inovação das favelas para o debate.
Com mais de 18 milhões de brasileiros vivendo nesses locais, as favelas se traduzem como um mercado em expansão, que movimenta até R$ 202 bilhões por ano, de acordo com o levantamento da Cufa Brasil. Além do cenário atual dentro desses ecossistemas sociais, foram apresentadas propostas de investimentos como forma de potencializar o empreendedorismo que já existe nas regiões.
“Hoje temos nesses espaços pelo menos 50% da população empreendendo por conta própria, 41% têm seu próprio negócio. Às vezes a pessoa pode até não dominar o termo 'empreender', mas eles empreendem por necessidade e oportunidade. A favela é um lugar de ideias, interação, novidades e resistência. Quando pensamos em inovação dentro desses locais, precisamos entender que esses são territórios de desigualdade, que precisam ser pensados a partir de políticas públicas que passam pela infraestrutura, educação, desemprego, violência e exclusão digital, são desafios que precisam ser vencidos”, destacou Alzira.
A "Inovação Verde: pioneirismo sustentável para o planeta e a prosperidade", foi o terceiro eixo debatido. A proposta de discussão apresentada pelo professor da Universidade Federal do Amapá (Unifap), José Carlos Tavares, aposta na expansão da base tecnológica com preservação ambiental.
“A discussão fundamental aqui é buscar esse avanço junto com a sustentabilidade, o Startup20 se torna um momento único para apresentar o nosso ponto de vista a partir das características que conhecemos na região, de forma que os projetos que possam vir para cá se adequem a nossa realidade e à população que ocupa esses espaços”, comentou o professor.
Novas possibilidades de mercado
Cada painel se alinha às ferramentas inovadoras que se sustentam como pilares das startups e ao que propõe o G20, discutindo a pauta a partir do contexto ambiental, social e de governança (ESG, sigla em inglês) de negócios voltados para a tecnologia e inovação.
A palestra ministrada por Cristina Mieko, Head de Startups do Sebrae Brasil, o tema "Sturtups, Govetechs e Transformação Digital no Setor Público". trouxe diálogos sobre a expansão do setor no Brasil e os casos de sucesso já existentes, com destaques para os ecossistemas pensados em desenvolvimento de países emergentes e, principalmente, que desenvolvam a região amazônica.
“Estamos falando de transformação digital, é um processo que grandes empresas, consolidadas no mercado, passaram, são empreendimentos que vemos dentro da bioeconomia, que surgem no sentido de atender uma demanda do mercado, superando gargalos da região. Mas é possível levar a discussão adiante, pensando em insumos sustentáveis, transformação do produto e apostar nas deficiências existentes como pontos de preocupação com possibilidade de melhoria através da tecnologia, é através disso que essas empresas vão poder acessar mercados internacionais, fechar parcerias e alcançar novas metas”, reforça Cristina Mieko.
O professor da Universidade Federal de Goiás, Celso Camilo, atua na área de inteligência computacional e artificial. No Amapá, ele viu possibilidades de parcerias, assim como pôde se surpreender com as tecnologias utilizadas no mercado local.
“É a primeira vez que estou na região e tem sido a oportunidade de ver a maturidade do que é feito aqui, sabemos que hoje o mercado olha para a Amazônia, assim como para o Cerrado, no caso de Goiás, de uma maneira especial porque enxerga as potências, então o que vemos hoje aqui é uma possibilidade para o futuro, de aprender, contribuir e firmar parcerias para que possamos avançar nos estudos e também no retorno social”, conta Celso Camilo.
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