Governo do Amapá adota dose única da vacina contra o HPV no calendário de vacinação
Decisão é válida para todos os estados brasileiros e tem como objetivo aumentar a adesão à imunização.
O Amapá imunizou 26,45% das meninas e 23,20% do público masculino com duas doses da vacina
O Governo do Amapá adota a partir deste mês a aplicação em dose única da vacina contra o HPV, para combater a infecção, considerada a principal causa do câncer do colo de útero. A medida atende a uma orientação do Ministério da Saúde (MS), que anunciou a mudança no esquema vacinal por meio de uma nota técnica nesta quarta-feira, 3.
A decisão tem como objetivo aumentar a adesão à imunização e ampliar a cobertura vacinal. O novo modelo de imunização substitui as duas aplicações, que faziam parte do esquema vacinal anterior. A medida atende às recomendações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
De 2014 a março de 2024, o Amapá imunizou 26,45% das meninas e 23,20% do público masculino com duas doses da vacina. De acordo com a Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS), o público-alvo continua sendo formado por meninas e meninos de 9 a 14 anos, visando protegê-los antes da exposição ao vírus.
“O grupo prioritário também inclui pessoas com imunocomprometimento, vítimas de violência sexual e outras condições específicas, conforme disposição do Programa Nacional de Imunizações (PNI), podendo receber a vacina até os 45 anos”, completou o superintendente da SVS, Cássio Peterka.
Vacina contra o HPV
A vacina HPV quadrivalente foi incorporada em 2014 no Calendário Nacional de Vacinações. Ela protege contra os tipos virais de HPV 6, 11, 16 e 18. A prevenção primária, através da vacinação, é essencial para a prevenção dos cânceres relacionados a esse vírus e outras doenças associadas.
Segundo a Coordenadora Estadual de Imunizações da SVS, Maria Angélica Oliveira, a proposta principal dessa mudança é alcançar o maior número possível de pessoas na fase em que a resposta imune eficiente ainda é muito alta.
“A dose única implicaria a diminuição dos custos do imunizante, implementação simplificada e maior alcance e adesão da vacinação, aumentando a cobertura com a mesma porcentagem de proteção contra cânceres atribuídos à infecção por HPV”, reforçou a coordenadora.
A infeção
O HPV é considerado, atualmente, a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo, além de ser o principal causador do câncer de colo de útero. A estimativa do MS é que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil todos os anos.
Apesar de se tratar de uma enfermidade que pode ser prevenida, ela segue como o quarto tipo de câncer mais comum, sendo a quarta causa de morte por câncer em mulheres, principalmente entre negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.
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