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‘Trabalho que já me levou a inúmeros lugares e oportunidades’, diz indígena em feira de artesanato promovida pelo Governo do Amapá

Zuleika Henrique, da etnia Galibi Marworno, comercializou produtos durante a programação na Fortaleza de São José de Macapá.

Por Andreza Teixeira
14/04/2024 22h41

Zuleika comercializa acessórios feitos com sementes da floresta e miçangas

A Fortaleza de São José de Macapá foi espaço para mais uma edição da feira de artesanato indígena, evento realizado pelo Governo do Amapá em parceria com o coletivo ‘Tudo com Arte’, que trouxe uma diversidade de joias, acessórios e adereços com materiais retirados da natureza. A artesã Zuleika Henrique, de 27 anos, da etnia Galibi Marworno, tem o artesanato como única fonte de renda há 10 anos. 

A indígena, que tem origem em Oiapoque, conta que veio para Macapá aperfeiçoar seu trabalho, construir uma rede de contatos e firmar sua identidade como criadora. Ela começou a vender as peças na fronteira com a Guiana Francesa, onde rapidamente ganhou notoriedade pelos acessórios feitos com sementes da floresta e miçangas.  

“Meu trabalho com o artesanato já me levou muito longe, a inúmeros lugares e oportunidades. Há duas semanas estive no Rio de Janeiro para mostrar minhas peças e isso mostra porque é tão importante ocupar espaços para vender as nossas biojoias, para que mais pessoas possam comprar, usar e divulgar nossos produtos”, destacou Zuleika. 

Com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), o evento aconteceu no sábado, 13, e no domingo, 14, com o objetivo de valorizar a riqueza cultural dos povos indígenas do Amapá com a venda do artesanato. Durante a programação, houve a comercialização de peças assinadas por artesãos das etnias Palikur, Galibi Marworno, Tiriyo, Apalai e Waiana. 

De acordo com a gerente do Museu Fortaleza de São José de Macapá, Flavia Souza, a expectativa é que a feira aconteça uma vez por mês como uma ação permanente do museu, espaço historicamente erguido e ocupado pelos povos originários. 

“O antigo reduto militar construído no século 18 estar sendo ocupado por indígenas é de suma importância para o estado. As peças, que são exclusivas, representam as ancestralidades destes povos, nossas raízes culturais. Convidamos toda a população para as próximas edições da feira, para vivenciar este intercâmbio cultural", ressaltou a gerente. 

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