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'Nosso grito é de resistência e contra a intolerância', diz sacerdote em celebração ao Dia Estadual dos Cultos Afro-Religiosos

Salvino Santos participou do primeiro dia de programação que recebe apoio do Governo do Amapá.

Por Gabriel Penha
18/05/2024 07h42

Pai Salvino durante as apresentações de Umbanda no Centro de Cultura Negra

Com o apoio do Governo do Amapá, casas de matriz africana se uniram para o troar dos tambores durante a programação que celebra o Dia Estadual dos Cultos Afro-Religiosos. Na noite de sexta-feira, 17, casas de Umbanda se apresentaram no Centro de Cultura Negra, em Macapá, unindo vozes e gestos num grito de combate à intolerância religiosa.

Entre essas vozes estava a de Salvino Santos, um dos pais de santo mais antigos em atividade no estado. Ele ressalta que eventos como esse são importantes para combater a discriminação e o preconceito sofrido pelos afro-religiosos.

"Hoje nos reunimos para reverenciar a memória de Mãe Dulce. Mas também para combater o racismo, o preconceito e a intolerância. Aqui, somos resistência, não iremos desistir, pois somos filhos de Oxalá”, ressaltou o sacerdote.

O Dia Estadual e Municipal dos Cultos Afro-Religiosos é comemorado no dia 8 de maio. Na ocasião, houve um grande café da manhã e encontro de lideranças afro-religiosas no Terreiro Santa Bárbara, da saudosa Mãe Dulce Moreira, cuja trajetória motivou a criação da lei que instituiu a data.

Mas a programação festiva iniciou na sexta-feira, 17, e segue neste sábado, 19, organizada pela Federação de Cultos Afro-Religiosos de Umbanda e Mina Nagô (Fecarumina) e Fórum Afro-ameríndio do Estado, com recursos de emenda do deputado estadual Rodolfo Vale, e com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo).

A diretora adjunta da Fundação Marabaixo, Laura Cristina, diz que é mais um evento que mostra a sensibilidade do Governo do Estado com os segmentos afro-amapaenses.

"É um momento importante, onde exaltamos e fazemos referência a uma das mais importantes sacerdotisas de matriz africana no Amapá, a Mãe Dulce, que tocou o primeiro tambor de mina no Estado. E hoje o Governo do Estado entende a importância de respeitar e preservar todo esse legado, toda essa história. Os tambores tocam e essa história resiste”, pontuou Laura.

A programação segue neste sábado, 18, no Centro de Cultura Negra. Às 14h acontece o segundo dia do "Workshop de Afro-Percussão Ilu'Jibo"; às 16h terá a Roda de conversa com Guilherme Batista, Babá Ifátosin (sacerdote do Culto de Ifá) e dirigente do Templo Ifá Ireté Ogunda; e às 19h será a vez do Candomblé adentrar o anfiteatro do Centro de Cultura Negra.

Homenagem

O Dia Estadual dos Cultos Afro-religiosos foi instituído pela Lei 933/2005. O dia 8 de maio foi escolhido em homenagem à saudosa Dulce Costa Moreira, a “Mãe Dulce”, uma das pioneiras da cultura afro-religiosa no Amapá. Ela teria tocado pela primeira vez o Tambor de Mina no Amapá neste dia, em 1962.

Confira como foi a celebração do Dia Estadual dos Cultos Afros-Religiosos em Macapá:

 

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