Ueap discute a visibilidade e presença de pessoas negras na ciência em evento que reuniu instituições de ensino
A 2ª edição do ‘Jornadas Pretas na Ciência’ contou com minicursos, palestras e apresentação, trabalhos voltados a questões étnicos raciais.
O 2º Jornadas Pretas na Ciência foi organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da UeapNa semana em que é celebrada a Consciência Negra, a Universidade do Estado do Amapá (Ueap) realizou, na segunda-feira, 18, a 2ª edição do “Jornadas Pretas na Ciência”. A programação seguiu até a terça-feira, 19.
O encontro, coordenado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ueap, buscou dar mais visibilidade a pesquisadores e a trabalhos que focam nas temáticas étnico-raciais.
Para a membro do grupo e da comissão organizadora do Jornadas, Jessica Thais, os dois dias de programação foram uma ótima oportunidade de extrapolar o campo meramente academicista e ampliar os horizontes dos acadêmicos sobre os assuntos em discussão.
Jessica Thaís“Queremos que as pesquisas cheguem aos quilombos, às aldeias e que eles também adentrem os muros da universidade e, a partir das políticas de ações afirmativas, esse é um caminho que tem se tornado cada vez mais possível e há cada vez mais alunos interessados nestas temáticas, então esse é um momento de celebração e de encontro desses alunos e desses pesquisadores”, pontuou a servidora.
Mesas de discussão
No primeiro dia, uma das mesas redondas promoveu o debate sobre Políticas Afirmativas no Amapá com coordenadores dos Neabi de outras instituições de ensino e alunos egressos da Ueap, que são participantes de movimentos sociais em defesa dos direitos do povo negro.
“O Jornadas Pretas na Ciência é muito importante para promover esse intercâmbio entre as instituições. Desenvolvemos esse trabalho de promoção da igualdade racial, da questão de gênero, mas também dentro desse recorte de raça. Esse encontro promove esse debate e traz um pouco das ações que a gente vem desenvolvendo no interior das nossas instituições e fora dela”, relatou o professor Neto Medeiros, representante do Neabi do Ifap.
Minicursos e apresentação de trabalhos
No encerramento da programação, na terça-feira, 19, o evento também promoveu um minicurso de Letramento Racial, conduzido pelo professor e sociólogo Wesley Oliveira, do colegiado de Pedagogia da Ueap. A aula teve como objetivo apresentar como a questão racial opera em uma perspectiva histórica e social e apontar caminhos para quebrar ciclos de racismo.
Professor Wesley Oliveira“O minicurso apresentou algumas perspectivas antirracistas que podem ser incorporadas, seja no âmbito escolar, acadêmico, mas sobretudo no nosso cotidiano, considerando que o racismo opera em diversos contextos na nossa sociedade”, explicou o docente.
Neste último encontro, também foram apresentados os seis trabalhos selecionados para o Compartilhamento de Pesquisa em Comunicação Oral. Esse espaço foi voltado para divulgação de pesquisas relacionadas a questões afro referenciadas e étnico raciais de professores, pesquisadores e estudantes da Ueap.
Um dos trabalhos selecionados, foi da aluna do curso de Engenharia Química da Ueap, Joana Dias. Intitulado “Conversas Preta: Te Amarra”, o projeto visa aproximar os saberes de comunidades tradicionais e a academia.
Joana Dias“Tudo começou com uma conversa que tivemos com uma mulher quilombola, e nos admiramos pela sua vivência e toda a sua capacidade de discernir o meio e também de fazer a sua produção artesanal. E no meio de tudo isso, a gente começou a ver o quanto essas mulheres tinham para falar, mas ainda assim eram muito silenciadas diante da sociedade. Então a gente resolveu dar vozes a essas mulheres e estimulou o protagonismo feminino negro”, revelou a estudante.
O 2º Jornadas Pretas na Ciência também apresentou uma programação cultural com os shows do grupo de rap CRGV e do cantor Zé Miguel, que encerraram os dois dias do evento.
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