'Faço terapia e me coloco nesse lugar de aprendizado', diz estudante em programação de saúde mental do Governo do Amapá na Unifap
Sthela Marques cursa enfermagem e pontuou a preocupação de ser uma profissional que se cuida para também acolher seus futuros pacientes.
Estudantes de enfermagem da Universidade Federal do Amapá (Unifap) participaram na quinta-feira, 30, de um momento de alerta sobre a saúde mental. A programação, que faz parte do Janeiro Branco do Governo do Estado, abordou a pressão da vida acadêmica, levou orientações de autocuidado e preparou os futuros profissionais para identificar e ajudar pacientes.
Atenta às formas de doenças psicológicas e de onde buscar ajuda, a jovem Sthela Marques, que cursa o 6° semestre de enfermagem, pontuou a preocupação de ser uma profissional que se cuida para também acolher seus futuros pacientes.
"Faço terapia e me coloco nesse lugar de aprendizado hoje. A gente que vai exercer essa profissão, vai lidar com pessoas adoecidas, e precisamos estar preparados. Ações assim nos ajudam a pensar e a lidar com as pressões que existem dentro do meio acadêmico, nos fazem enxergar, por exemplo, que um colega de turma pode estar passando por alguma dificuldade e precisa de uma palavra ou conforto", ressaltou Sthela.
A programação contou com a participação do professor de psicologia, mestre em comunicação, linguagem e cultura da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Rodrigo Trindade. Ele reforçou o autocuidado tão necessário para os futuros enfermeiros, que um dia serão os profissionais de saúde responsáveis por atender pacientes com as mais diversas particularidades.
“É claro que a gente não pode anular quem a gente é, a nossa história, o nosso sofrimento continua na gente, mas podemos pensar janeiro como uma possibilidade do novo, de projetar expectativas, desejos, histórias e mudanças. Esses movimentos todos estão na nossa cabeça. Não a toa nós somos seres da angústia, dentro da nossa cabeça existe uma pessoa que deseja, que tem uma moral estabelecida, que vive uma realidade. Essa luta interna que temos todos os dias acaba que nos define, nós somos isso, essa luta entre essas instâncias", explicou o professor.
Durante o bate-papo "Saúde Mental e Comunidade: fortalecendo laços para o bem-estar coletivo", o palestrante destacou ainda que quase 1 bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2022.
No Brasil, essa realidade é ainda mais grave. A plataforma "Neurotech Sapiens Labs" apontou o país tem a quarta pior taxa de saúde mental do planeta, refletindo no número de atendimentos do SUS a pessoas com depressão, que nos últimos três anos aumentou 118%.
“Esse diálogo é fundamental não só agora, mas o ano inteiro. Esse mês é de visibilidade, não atoa abre o calendário. É preciso cuidar da saúde física, mas também mental hoje e sempre”, frisou Trindade.
O professor do curso de enfermagem da Unifap, doutor José Luís da Cunha, destacou que o evento possibilita a construção de uma relação entre os acadêmicos e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
“Essa é uma parceria dos alunos da Unifap, da academia com a Coordenação Estadual de Saúde Mental. Essa estratégia do Janeiro Branco é um mecanismos de se trabalhar os problemas psicológicos na comunidade, pensando nesse bem-estar individual e coletivo”, disse Cunha.
A coordenadora de Saúde Mental da Sesa, Marlucia Milhomem, comentou que a ação é um espaço também para o diálogo, tirar dúvidas e reflexões sobre o contexto de saúde mental e a importância do cuidado.
“É de grande importância quando esse profissional estiver à frente lidando com as pessoas que necessitam do cuidado com a saúde mental. Estamos indo até as comunidades, no centros que integram a Rede de Atenção Psicossocial, e agora dentro do ambiente acadêmico, que é um dos eixos da Coordenação de Saúde Mental”, contextualizou Marlucia.
A programação do Governo do Estado contou com um amplo atendimento para a população, por meio de escuta terapêutica em praças e hospitais, e capacitação de profissionais da saúde com foco em destacar o indispensável: cuidado com a saúde mental.
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