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Abuso sexual infantil lidera atendimento de vítimas de violência no Hospital da Criança e do Adolescente, em Macapá

Unidade de saúde mantém o Serviço de Atendimento a Vítimas de Violência Infantil (Savvi), que registrou 102 casos, em 2024.

Por Roberta Corrêa
21/02/2025 08h43
Em 2024 o Hospital da Criança e Adolescente atendeu 102 pacientes com algum tipo de violência

A dor, às vezes é silenciosa, mas as marcas físicas não. É com muito cuidado, acolhimento e privacidade que o Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), em Macapá, recebe vítimas de violência. A unidade mantém um serviço especializado que em 2024 atendeu 102 pacientes, a maioria, por abuso sexual infantil.

O Serviço de Atendimento a Vítimas de Violência Infantil (Savvi) do HCA registra quatro tipos de violência contra crianças e adolescentes: a sexual, negligência, física e autoprovocada. Dos 102 casos atendidos no ano passado, 74 foram vítimas do sexo feminino e 26 do sexo masculino. A faixa etária predominante é de 10 a 12 anos.

Os números mostram ainda, que 65% dos atendimento são por abuso sexual tendo como alvo, as meninas, seguindo das violências negligenciais, com 29%, as físicas com 4% e a autoprovocada com 2% dos índices.

A maioria dos abusos acontece com meninas e muitas vezes o agressor é alguém que deveria zelar pela sua saúde

Os casos de violência sexual dão entrada de diversas formas, pelo Conselho Tutelar, por livre demanda, quando pais ou responsáveis levam a vítima diretamente para o hospital, ou vem encaminhada das delegacias, onde a denúncia foi feita diretamente aos órgãos de segurança. 

Gardênia Araújo, responsável técnica do Serviço de Atendimento as Vítimas de Violência Infantil

“A maioria dos abusos acontece com meninas e muitas vezes o agressor é alguém que deveria zelar pela sua saúde. Essas vítimas sofrem com impactos psicológicos e físicos profundos e nosso serviço faz esse acolhimento e se responsabiliza pelos cuidados e privacidade, pois temos salas apropriadas e garantia de escuta protegida”, explica Gardênia Araújo, enfermeira e responsável técnica do Savvi. 

O atendimento conta com equipe de enfermeiros 24 horas, 2 médicos, 1 psicólogo e 1 assistente social, que presta atenção hospitalar e psicossocial constante, amparando vítimas que sofrem com negligência, onde é constatado a omissão de cuidados básicos de saúde, pacientes que sofreram algum tipo de agressão física e aqueles que autoprovocam a violência. 

"Alguns casos detectamos dentro do hospital, quando a mãe traz a criança para um outro atendimento e observamos sinais que indicam negligência. O hospital e o Pronto Atendimento Infantil [PAI] acolhem, atendem, cuidam, tratam e protegem crianças e adolescentes, por isso, temos sempre o olhar cuidadoso para indícios de violência", reforça Gardênia.  

O Serviço de Atendimento a Vítimas de Violência Infantil (Savvi) conta com enfermeiros, médicos, psicólogos e assistente social

O serviço registra anualmente o número de casos. Em 2023, o quantitativo foi menor, porém com índices diferenciados. Dos 73 casos, 65% foram de abusos sexuais, 19,3% negligência, 10,2% foram agressões físicas e 4,5% autoprovocadas. A responsável técnica do setor explica que a cada ano, o trabalho é estruturado e o alcance aumenta e por isso, mais casos são registrados.

Profissionais de saúde observam sinais nos pacientes que indicam algum tipo de violência

“Esse serviço existe desde 2018 e aos poucos foi se estruturando, isso é um avanço, temos mais alcance e casos que antes não chegavam em nossas mãos, agora chega e recebe todo apoio e acolhimento", destaca a enfermeira.

A notificação de qualquer suspeita ou confirmação de violência contra crianças e adolescentes é compulsória, ou seja, a comunicação é obrigatória, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Todos os casos são reportados ao Conselho Tutelar, mesmo de mera suspeita, e, em situações mais graves ou que envolvem crimes como violência física, psicológica ou sexual, as delegacias de polícia e o Ministério Público também são notificados.

Savvi do Hospital da Criança e do Adolescente mantém salas apropriadas e garantia de escuta protegida

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ÁREA: Saúde