Governo do Amapá e Unifap promovem ação de saúde voltada para estudantes indígenas da universidade

A união do Governo do Amapá, Universidade Federal do Amapá (Unifap) e Hospital Universitário (HU) garantiu na quarta-feira, 26, assistência em saúde para estudantes indígenas de todo o estado e do Norte do Pará, que integram o curso de licenciatura intercultural indígena da instituição, que faz parte do Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor Equidade). 

A iniciativa é do projeto "Conexão Saúde e Comunidade", coordenado pelo professor Moacir Monteiro. O objetivo é ofertar assistência médica especializada antes do retorno dos acadêmicos às aldeias. Para alguns indígenas, essa foi a primeira vez que saíram das comunidades para conviver no ambiente da cidade, por isso a necessidade de acompanhar a saúde.

Para João Weri Apalay, da Aldeia Pururê, no Parque Tumucumaque, a iniciativa foi essencial, pois ele sabe da importância de retornar para o seu povo com saúde e levando também conhecimento.

"Aqui pude verificar minha condição de saúde e os exames que preciso fazer antes de voltar para meu povo. Esse atendimento é muito importante para nós, porque estamos vivendo numa cultura diferente em tudo, inclusive na alimentação", destacou.

A coordenadora estadual de Saúde Indígena da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Alessandra Macial, ressaltou a importância dessa mobilização para a saúde dos estudantes.

"Estamos acompanhando hoje, por meio dessa parceria, uma média de 50 estudantes indígenas da Unifap, que retornarão para suas comunidades na próxima semana. Como o acesso à saúde no território deles é mais difícil, por ser em áreas remotas e pela logística, essa ação busca garantir que eles voltem com exames e consultas atualizados. A ação reforça mais uma vez o compromisso do Governo do Estado com a população indígena", explicou Alessandra.

O atendimento ocorreu tanto na Unifap quanto no Polo Binacional da universidade, em Oiapoque, oferecendo suporte médico essencial antes do retorno às aldeias. Os estudantes passaram por triagem médica inicial, com consultas com clínico geral e recebem os encaminhamentos necessários aos especialistas para que sejam atendidos no Hospital Universitário.

Além das consultas clínicas, também foram ofertados atendimentos com pediatras, ginecologistas, coleta de exames laboratoriais, incluindo Papanicolau (PCCU), consultas de neurologia, cardiologia, gastroenterologia e obstetrícia.

Segundo Alessandro Soares, acadêmico de medicina e integrante do projeto, a ação busca suprir a dificuldade de atendimento especializado para os indígenas, que devido a distância das localidades muitas vezes não têm acesso à assistência médica.

"A ideia é aproveitar a estrutura da universidade e os professores que são médicos especialistas para oferecer esse suporte à comunidade. Hoje, especificamente, estamos focados nos estudantes indígenas", afirmou Soares.

O professor e médico Alceu Karipuna, docente do curso de medicina da Unifap, além de mobilizar uma equipe multiprofissional capacitada para realizar as consultas, orientações e atendimentos individualizados, também garantiu as particularidades culturais dos estudantes.

"Fizemos um atendimento humanizado e inclusivo. Esse grupo tem uma necessidade extrema desse tipo de assistência. O objetivo é garantir que eles voltem para suas comunidades com a saúde em dia", concluiu.

Os estudantes são dos povos Apalai, Wayana, Tiriyó, Kaxuyana, Wajãpi, Galibi-Marworno, Karipuna, Palikur e Galibi Kali'na, oriundos das Terras Indígenas Uaçá, Juminã e Galibi, na região de Oiapoque, da Terra Indígena Wajãpi e do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque.

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