Agência de Notícias do Amapá
portal.ap.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
LOCALIDADES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
ESCUTA E INCLUSÃO

‘Abril da Resistência’: Ueap abre espaço de escuta e reflexão com indígenas do Norte do Pará e do Amapá

Encontro com alunos e gestores da educação na Universidade do Estado do Amapá, na quarta-feira, 16, abordou trajetórias e desafios educacionais dos povos indígenas.

Por Bianck Bastos
17/04/2025 14h21
O encontro com alunos e gestores da educação aconteceu na Ueap na quarta-feira, 16, em Macapá

Para promover a inclusão, combater o preconceito e reforçar a importância da luta dos povos indígenas na conquista dos direitos, o Governo do Estado promoveu na quarta-feira, 16, um momento de escuta e reflexão com alunos e gestores da educação, na Universidade do Estado do Amapá (Ueap), no Centro de Macapá.

Como parte da programação “Abril da Resistência”, o encontro contou com uma mesa composta por membros indígenas do Parque do Tumucumaque do Norte do Pará e do Amapá, do povo Tiriyó e Kaxuyana. Com o tema "Quando a Universidade Escuta a Terra", o momento possibilitou que eles contassem suas trajetórias e os desafios enfrentados na educação básica e principalmente nas dificuldades de acesso às universidades públicas.

Gerente do Núcleo de Educação Escolar Indígena (NEI), Maxwara Karipuna

“Enfrentamos desafios durante o processo de formação até retornarmos para nosso território, além de desafios profissionalmente e também dentro do movimento indígena. Hoje gerencio o Núcleo de Educação Indígena, e poder estar desenvolvendo esse trabalho voltado para a educação escolar indígena no Estado do Amapá é um desafio muito grande, mas mesmo assim estamos conseguindo construir um trabalho muito produtivo. O governo Clécio tem sido um governo que dá muito apoio, ampara todas as políticas públicas voltadas para os povos indígenas”, esclareceu o gerente do Núcleo de Educação Escolar Indígena (NEI), Maxwara Karipuna. 

À mesa, além de Maxwara Karipuna, estavam o articulador dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará, Demétrio Tiriyó, o pedagogo indígena, Gilson Kaxuana Tiriyó, a egressa de pedagogia Luana Karipuna e a acadêmica de pedagogia Matukusse Greice Tiriyó. 

Acadêmica de pedagogia Matukusse Greice Tiriyó também compôs a mesa
Articulador dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará, Demétrio Tiriyó

"Agradeço a Universidade do Estado do Amapá, porque nós fomos convidados para dar essa palestra, porque ainda enfrentamos o preconceito. Temos dificuldade para entrar na faculdade, e receber a ajuda dos alunos é importante para sabermos das informações. As pessoas ainda tem uma ideia antiga sobre a gente, hoje os povos indígenas já têm acesso a tecnologia e internet. Vejo que precisamos dialogar com os acadêmicos para mostrar que também podemos acompanhar essa evolução, porque a vida muda", explicou o articulador dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará, Demétrio Tiriyó.

O momento também possibilitou que os alunos e gestores interagissem fazendo perguntas sobre como um não indígena poderia fazer para desenvolver iniciativas inclusivas dentro das escolas e universidades. Mediando a palestra, a coordenadora do Núcleo de Estudo Afro-brasileiro Indígena, Iranir Andrade, evidenciou sobre como é importante disponibilizar os espaços de ensino para combater a exclusão e o preconceito.

Coordenadora do Núcleo de Estudo Afro-brasileiro Indígena, Iranir Andrade

“É uma universidade de espaço de diálogo, de escuta, de lugar de fala dos nossos povos indígenas também. A gente vem falando, faz esse trabalho diariamente, da questão étnico-racial, envolvendo tanto a questão afro quanto a questão indígena. Levando em consideração a questão geográfica, é também um momento em que a universidade se curva para dizer: ‘que nós estamos aprendendo com vocês também, nós queremos ouvir vocês, esse espaço é o seu lugar também’. Então, é deixar bem claro para eles que a gente está de portas abertas”, destacou Iranir.

Durante o dia, a universidade também possibilitou a divulgação da cultura com pinturas com grafismos indígenas, venda de artesanatos como colares, pulseiras, brincos de pena, cuia, e demais adereços que possibilitou a comercialização e gerando renda para as artesãs.

Universidade também abriu as portas para o empreendedorismo de artesãs indígenas e divulgação da cultura

Fique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Siga o canal do Governo do Amapá no WhatsApp e receba notícias em primeira mão!