Com apoio do Governo do Estado, conselho de arquitetura e urbanismo realiza 1º Encontro de Profissionais e Estudantes Negros do Amapá
Evento segue neste sábado, 26, com a proposta de debater o protagonismo e a representatividade de arquitetos negros, além da criação de políticas inclusivas.

Com incentivo do Governo do Estado, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amapá (CAU/AP) iniciou nesta sexta-feira, 25, o 1º Encontro de Profissionais e Estudantes de Arquitetura Negros do Amapá, que traz o tema: “Favela, Quilombo, Arquitetura Inclusiva e Sustentabilidade”. O evento reúne acadêmicos e profissionais da área, no Auditório Waldomiro Gomes, no Museu Sacaca, em Macapá.
A iniciativa, que conta com apoio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e segue neste sábado, 26, tem como objetivo discutir a identidade, território, protagonismo negro e a transformação social por meio da arquitetura.
“Em nome do Governo do Estado e da Secretaria de Cultura parabenizo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo por essa iniciativa e reafirmo que, as nossas portas estarão abertas para garantir incentivo a essas parcerias, pois o Amapá e o nosso Governo também é negro e temos representatividade em todas as secretarias. Isso mostra o quanto avançamos. Portanto, é uma honra poder participar desse encontro”, destacou a professora de História, Joseane Calazans, representante da Secult no evento.

De acordo com o vice-presidente do CAU/AP, Paulo José, o momento é muito importante para abrir um diálogo histórico sobre a participação do negro na arquitetura da história do Amapá.

“Historicamente, o negro sempre foi impedido de expressar o seu sentimento na área da arquitetura. E hoje com o apoio do Governo do Estado e de forma bem democrática, abrimos esse debate com vários arquitetos do Brasil. Falando de racismo estrutural, falamos principalmente da contribuição que o negro deu à arquitetura amapaense. Portanto, é um grande encontro histórico para dialogarmos sobre a arquitetura negra no estado do Amapá.”, destacou Paulo José.
A palestra magna do dia: “Letramento racial e racismo estrutural no campo da arquitetura e urbanismo”, foi ministrada pela Arquiteta e Dra. em Educação do CAU/CE, Claudia Sales, que falou sobre o letramento em ser uma nova possibilidade para o enfrentar o preconceito.

“Conversamos sobre o letramento racial e racismo estrutural entendendo que o campo da arquitetura é um campo imenso na estrutura social, tão logo ela é racista, e o letramento é uma possibilidade que a gente pode criar novos caminhos, novos diálogos de enfrentamento a essa estrutura, promovendo um futuro mais promissor e representativo para todos que estão nessa luta constante”, explicou Cláudia.
A acadêmica Júlia Amorim, que cursa o 4º semestre de Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal do Amapá (Unifap), falou sobre a programação e sua importância.
“Precisamos parar para refletir sobre a importância dos trabalhos arquitetônicos dos negros construídos há séculos e que hoje, preservam a identidade das nossas histórias, vamos juntos discutir ideias para construir cidades mais justas, humanas e representativas da nossa história e da nossa identidade. Eu agradeço aos organizadores por esse momento histórico e desejo que seja o primeiro de muitos para que possamos destruir barreiras que os estudantes e profissionais enfrentam na sociedade”, pontuou a acadêmica.

Uma das participantes, também foi Melyssa Maia, de 29 anos, coordenadora da Comissão de Políticas Afirmativas e Câmara Temática de Quilombos Indígenas e integrante do CAU/SP que falou sobre como a população negra e a cultura negra tem muito a contribuir com a temática da pauta.

“Estou muito feliz com essa representatividade que estamos tendo aqui, é uma articulação muito poderosa que está trazendo visibilidade para os arquitetos e para a pauta negra no estado, além de abrir novas possibilidades e novos caminhos, é uma chance de tentar diminuir a desigualdade e o acesso da população negra a arquitetura e urbanismo, que tem muito a contribuir a essa temática”, disse Melyssa.
Outra palestrante foi a professora e ativista, Marcelle Vilar, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifap, que abordou o tema: “Resiliência urbana na Amazônia, vulnerabilidades e racismo ambiental”.

“Os temas são conectados, porque as populações da Amazônia têm que resistir a muitas vulnerabilidades como questões climáticas, acesso a saúde, educação, saneamento básico e problemas com habitação de qualidade, então elas acabam perdendo um pouco a capacidade adaptativa às questões climáticas, porque estão lutando por vencer as vulnerabilidades, e a população negra está inserida dentro dessa realidade”, disse a professora.
A programação do encontro inclui ainda oficinas, rodas de conversa, workshop e manifestações culturais, com apresentação de Marabaixo visando promover a integração do público. Neste segundo dia de evento estão previstas palestras com temas como: “Importância da participação do Profissional Negro nas intuições” e “Estratégias para ampliação da representatividade no mercado do trabalho”.

Programação
Sábado, 26 de abril
- Manhã: 9h às 12h
- Palestra: "O Papel do Arquiteto Negro no Bahia". - ERNESTO REGINO XAVIER DE CARVALHO- Vice-Presidente do CAU/BA
- Palestra: Estratégias para Ampliação da Representatividade no Mercado de Trabalho- ODAILSON PICANÇO BENJAMIM - Arquiteto Urbanista
- Palestra: Perspectiva do CAU/PA na implantação de ATHIS- TAYNARA DO VALE GOMES- Presidente do CAU/PA
- Palestra: Importância da Participação do Profissional Negro nas Instituições - PAULO JOSÉ DA SILVA RAMOS- Vice Presidente do CAU/AP
- Tarde: 14h às 16h
- Workshop: Empreendedorismo Criativo na Arquitetura- JOAO GABRIEL SILVA SANTOS- SALA PRETA
Fique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Siga o canal do Governo do Amapá no WhatsApp e receba notícias em primeira mão!