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CONHECIMENTO TRADICIONAL

Governo do Amapá integra grupo de trabalho para realização do 13º Congresso Estadual das Parteiras Tradicionais

Congresso acontece de 29 a 31 de agosto, para fortalecer políticas públicas voltadas à atuação das aparadeiras no estado.

Por Ana Anspach
24/06/2025 15h01
Encontros preparatórios acontecem nos 16 municípios

O Governo do Amapá compõe o grupo de trabalho que debate e formula propostas de políticas públicas nos 16 municípios do estado, para a realização do 13º Congresso Estadual das Parteiras Tradicionais, que acontece no período de 29 a 31 de agosto, em Macapá. Os encontros começaram em Laranjal do Jari e nesta terça-feira, 24, ocorre em Mazagão.

O grupo é composto por gestores de diversas secretarias estaduais, instituições de educação, benzedeiras, raizeiras e parteiras. Além de fazer a mobilização para o evento, está sendo elaborada uma pesquisa socioeconômica em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec), a fim de identificar a realidade das parteiras. A partir desses dados serão feitas propostas nas áreas de educação, empreendedorismo, desenvolvimento da economia criativa e a respeito da salvaguarda das parteiras.

Marinez Lopes

A presidente da Associação das Parteiras Tradicionais de Laranjal do Jari e vice-presidente da Rede Estadual das Parteiras Tradicionais do Amapá, Marinez Lopes, lembra que o ofício das parteiras vem se mantendo vivo de geração em geração, mas que ainda não foi reconhecido como profissão.

“Uma das coisas que buscamos, é o reconhecimento, a visibilidade e a valorização do nosso trabalho, um dos mais antigos do mundo, o ato de partejar e aparar vidas. Precisamos também, salvaguardar nossos saberes e fazeres, pois não temos nada por escrito, que narre a trajetória milenar dessas mulheres”, destacou Marinez.

De acordo com a superintendente adjunta da Superintendência de Vigilância em Saúde, Melissa Carvalho, que compõe o grupo de trabalho, é importante estabelecer parcerias para consolidar políticas públicas que reconheçam a importância das parteiras na Amazônia.

Melissa Carvalho

“Estamos unindo forças para fortalecer a rede de diálogo e contribuir para que as parteiras sejam reconhecidas e valorizadas em diversas áreas, incluindo o atendimento domiciliar, comunitário, unidades de saúde, hospitais e maternidades, além de consultórios particulares. Elas desempenham um papel fundamental na saúde, especialmente em áreas rurais, comunidades indígenas e periféricas, onde podem ser a principal referência para o acompanhamento de gestantes e realização de partos”, pontuou Melissa.

Sobre as parteiras tradicionais do Amapá

Tradicionalmente o ofício de parteira é passado de mãe para filha, um conhecimento transmitido por gerações. As parteiras aprendem o ofício por meio da observação e da experiência, muitas vezes acompanhando suas mães ou avós, que também eram parteiras.

O trabalho engloba uma gama de atividades que ultrapassa a prática de assistir um parto. Elas são conselheiras, realizam massagens e puxações, recomendam e preparam remédios caseiros para o tratamento de cólicas, tosse, gases e dores em geral.

No que se refere ao atendimento às grávidas, elas costumam acompanhar todo o período de gestação, cuidando do bem-estar da mulher. A assistência aos partos no meio urbano, tem se tornado cada vez menos regular, mas ainda é muito utilizado no interior do Amapá, especialmente em áreas rurais e comunidades distantes. Nesses locais, as parteiras tradicionais muitas vezes representam a principal ou única opção de assistência durante o parto.

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ÁREA: Saúde