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SAÚDE INDÍGENA

Governo do Amapá capacita profissionais para ampliar teste do pezinho em territórios indígenas

Formação fortalece a triagem neonatal e garante diagnóstico precoce em áreas de difícil acesso no Amapá e Norte do Pará.

Por Karla Marques
01/08/2025 11h20
A iniciativa visa qualificar médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e técnico de laboratório sobre o teste do pezinho

Profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Amapá e Norte do Pará receberam, na quinta-feira, 31, uma capacitação promovida pelo Governo do Estado, voltada à realização do teste do pezinho em populações indígenas. A iniciativa visa qualificar médicos, enfermeiros, nutricionistas, técnicos de enfermagem e de laboratório para fortalecer a triagem neonatal em áreas de difícil acesso.

A formação aconteceu no prédio da Central de Regulação, com o apoio da Área técnica da Saúde da Criança do Amapá da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A ideia é ampliar os postos de coleta diretamente nos territórios indígenas, garantindo o diagnóstico precoce de doenças metabólicas e genéticas, e assegurando aos povos originários o direito ao cuidado integral desde os primeiros dias de vida.

Rozilene Valadares, responsável técnica da Saúde da Criança do Estado

De acordo com Rozilene Valadares, responsável técnica da Saúde da Criança do Estado, a ação envolve a parceria com o Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Hospital da Mulher Mãe Luzia e com o Dsei Amapá e Norte do Pará.

"Estamos qualificando profissionais que atuam em territórios de difícil acesso para realizar a coleta diretamente nas aldeias, evitando que as crianças indígenas deixem de fazer o teste por falta de acesso. O foco é ampliar os postos de coleta e garantir a realização do exame para as crianças que não fizeram o teste na maternidade, além de realizar diagnóstico e tratamento precoce", explicou Rozilene.

Atualmente, o teste do pezinho é realizado nas maternidades da rede estadual, que inclui o Hospital da Mulher Mãe Luzia e Bem Nascer, em Macapá, e os hospitais estaduais de Santana, Oiapoque e Laranjal do Jari.

Rede estadual de saúde já realizou mais de 4,5 mil coletas em 2025

Com a capacitação, os profissionais do Dsei passam a estar aptos a coletar as amostras nas próprias comunidades indígenas, sem que as famílias precisem se deslocar até as unidades, caso tenham recebido alta hospitalar sem a realização do exame, ou então para fazer recoleta.

O exame, feito a partir da coleta de gotas de sangue do calcanhar do bebê, permite identificar precocemente ao menos sete doenças, como Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita, Deficiência de Biotinidase, Hemoglobinopatias e Toxoplasmose Congênita. A coleta deve ser feita, preferencialmente, entre o 3º e o 5º dia de vida do recém-nascido.

Nesta primeira etapa, 40 profissionais estão sendo capacitados. A meta é formar servidores dos seis polos do Dsei Amapá

A capacitação inclui uma etapa teórica, realizada em Macapá, e a prática nos hospitais da rede estadual, com orientações sobre a técnica de coleta, preenchimento correto do cartão de amostra, armazenamento adequado e logística de envio ao laboratório de referência.

Segundo Cleia Galvão, enfermeira e responsável técnica do Dsei Amapá, a formação representa um avanço importante no cuidado neonatal indígena.

Cleia Galvão, enfermeira e responsável técnica do DSEI Amapá

"A nossa maior preocupação é não perder nenhuma criança. O acesso aos serviços de saúde nessas regiões é extremamente difícil, então a gente está preparando os nossos profissionais para fazer esse atendimento direto nas comunidades. A parceria com o Governo do Estado é fundamental, pois o Dsei sozinho não consegue garantir todos os insumos e o cuidado especializado necessário", pontuou Cleia.

Nesta primeira etapa, 40 profissionais estão sendo capacitados. A meta é formar todos os servidores que atuam nos seis polos bases do Dsei Amapá, que são Aramirã (Pedra Branca do Amapari), Kumenê, Kumarumã e sede municipal em Oiapoque, além de Tiriyó (região de Óbido) e Bona (Almeirim), ambos no Pará. 

Profissionais das Casas de Apoio à Saúde Indígena (Casai) também receberão treinamento. Essas unidades acolhem pacientes indígenas que vêm para a capital e serão pontos estratégicos para assegurar que todas as crianças que nasceram em hospitais e ainda não realizaram o teste possam ser atendidas antes do retorno às aldeias.

A formação marca o início da implantação efetiva do teste do pezinho nas áreas indígenas sob responsabilidade do Dsei Amapá e Norte do Pará, com foco em garantir acesso universal ao exame e a possibilidade de tratamento precoce de doenças que, se diagnosticadas tardiamente, podem trazer graves consequências à saúde das crianças.

O foco é ampliar os postos de coleta e garantir a realização do exame para as crianças que não fizeram o teste na maternidade

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ÁREA: Saúde