‘O Banco de Leite Humano do Amapá foi fundamental para garantir saúde às minhas filhas’, diz mãe de gêmeas prematuras

Aos 20 anos, Jaisy Paixão viveu uma das experiências mais intensas e transformadoras da vida: a chegada das filhas gêmeas Hanna Sofia e Aurora Sofia. A jovem mãe de primeira viagem descreve a maternidade como um “momento mágico”, ainda que tenha começado com um desafio inesperado de alimentá-las na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital da Mulher Mãe Luzia.

“O papel do Banco de Leite Humano foi fundamental para garantir saúde às minhas filhas. Sempre fui bem orientada e, por isso, fiz questão de ir todos os dias para coletar o alimento delas, que hoje estão saudáveis", conta com o sorriso no rosto.

O parto, embora natural, aconteceu prematuramente, com 35 semanas de gestação (8 meses). Na noite de 2 de julho, às 23h56, nasceu Hanna Sofia, e cinco minutos depois, já no dia 3, veio ao mundo Aurora Sofia. Ambas pesavam menos de dois quilos e apresentavam dificuldades respiratórias, precisando ser internadas imediatamente na UTI.

Durante 17 dias, as gêmeas receberam leite materno oferecido pelo Banco de Leite Humano (BLH). Jaisy, mesmo fragilizada pelo parto recente, buscava três vezes ao dia a unidade para fazer a coleta.

Trinta dias após a alta, em casa, no bairro Jardim Equatorial, em Macapá, as gêmeas já ultrapassaram os 2,5 kg, e mamam à vontade, a todo instante que desejarem. Para Jaisy, esse momento é mais que alimentação, é um elo de amor. “Quero que elas cresçam saudáveis e só o leite materno pode garantir isso”, destacou.

Leite materno: alimento insubstituível

A nutricionista do Banco de Leite Humano, Maiara Macedo, reforça que não existe substituto para o leite materno.

“É o alimento mais completo do mundo. Nenhuma fórmula infantil consegue se igualar aos nutrientes e à proteção imunológica que ele oferece”, explica.

Segundo ela, o banco garante que bebês em situação de vulnerabilidade alimentar recebam o leite mesmo quando a mãe não consegue amamentar diretamente. “Seja por sonda, copinho ou outro método seguro, nosso objetivo é assegurar que a criança receba esse alimento vital”.

Para manter o estoque, o banco conta com doações de mães que produzem leite em excesso. A coleta pode ser feita no próprio BLH ou em casa, por meio da rota de captação domiciliar. 

"Até os seis meses de vida, o leite materno supre todas as necessidades da criança. Depois, passa a ser complementado com outros alimentos, mas pode continuar sendo oferecido até dois anos ou mais”, completa.

Agosto Dourado

Hanna e Aurora nascerem um mês antes do início da campanha Agosto Dourado, mês dedicado à conscientização sobre a importância do aleitamento materno. No Amapá, a campanha é incentivada pelo Governo do Estado, com ações que fortalecem o apoio a mães e bebês, estimulam a doação de leite e divulgam informações sobre os benefícios da prática da amamentação.

A coordenadora do Banco de Leite Humano, Fadianne Soares, resume o espírito da campanha. “Leite humano é saúde, e isso é uma prioridade inegociável para o Governo do Amapá. Cada gota de leite doada é uma dose de vida. Amamentar ou doar, é plantar saúde para o futuro”, incentiva a gestora.

A campanha Agosto Dourado segue até o dia 31 deste mês, mas a importância de conscientizar sobre a amamentação é permanente. O ponto alto da programação será o “Mamaço na Amazônia”, no dia 23, quando dezenas de mães amamentarão seus filhos, de forma coletiva, às margens do Rio Amazonas, no Lugar Bonito, no Centro de Macapá.

Serviço

O Banco de Leite Humano está localizado em frente ao Hospital da Mulher Mãe Luzia, na Avenida FAB, nº 1070, edifício Office Center, no Centro de Macapá. Informações pelo número (96) 98416-4400.

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