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EXTENSÃO RURAL

'Vão transformar a minha vida e de minha família', diz agricultora da Resex Cajari ao receber kit embarcação do Governo do Amapá

Maria dos Santos, moradora da comunidade de Itaboca do Cajari, trabalha com extrativismo e agricultura. Agora, com a nova embarcação, ela sonha mais alto e planeja triplicar as vendas de castanha e hortaliças.

Por Cristiane Mareco
23/08/2025 15h01
Maria dos Santos, moradora da comunidade de Itaboca do Cajari

Em Água Branca do Cajari, distrito de Laranjal do Jari, a sexta-feira, 22, foi marcada por emoção e esperança renovada para a agricultora Maria dos Santos Marques, de 57 anos, contemplada com um dos seis "kits embarcação" entregues pelo Governo do Amapá para trabalhadores da Reserva Extrativista Resex Cajari.

“Fiquei a noite toda acordada pensando nesse momento. Pra mim era um sonho distante, algo que parecia nunca chegar. Hoje esse sonho se tornou realidade. Isso é o começo de uma nova história para nossa comunidade e para minha família”, contou, emocionada.

Contemplados com os kits embarcação

A entrega dos kits embarcação pelo Governo do Amapá foi considerada um gesto importante pelos moradores, que veem o momento como um divisor de águas para o futuro da comunidade. Foram contemplados dois agricultores da comunidade de Itaboca, dois de Água Branca e dois da Conceição do Muriacá.

O diretor-presidente do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural (Rurap), Kelson Vaz, destacou que o momento representa conquistas coletivas para a agricultura familiar. Vaz ressaltou que essas entregas são resultados de mais de um ano de trabalho dos técnicos da instituição, e agora os equipamentos chegam às mãos dos agricultores. 

Diretor-presidente do Rurap, Kelson Vaz

"Nosso objetivo é apoiar o produtor para que o leite e os alimentos da merenda escolar venham da nossa própria terra, valorizando o que é do Amapá. Esse é o caminho que seguimos sob orientação do governador Clécio Luís: sair do gabinete, estar perto do agricultor, ouvir sua experiência e construir soluções juntos. A agricultura familiar é feita de histórias, de lutas e de sabedoria, e é com esse respeito que trabalhamos para garantir mais dignidade e oportunidades para quem produz no campo”, afirmou Kelson Vaz.

As embarcações chegam como instrumentos de mudança, capazes de impulsionar a produção extrativista e melhorar a qualidade de vida dos produtores locais. Davi Balbino, extrativista da comunidade de Água Branca, contou que há anos sonhava em adquirir um barco com motor, mas sempre precisou usar as economias para emergências da família.

“Quando soube do edital, me inscrevi com muita fé. Pedi a Deus, mostrei minhas necessidades e pedi ajuda para ser contemplado. Hoje vejo esse desejo realizado pelas mãos do Governo do Estado”, disse Balbino.

Davi Balbino, extrativista da comunidade de Água Branca, e a família

Cronograma de entregas para agosto:

Segunda-feira, 25

  • Ferreira Gomes: um agricultor receberá um equipamento de pecuária.
  • Porto Grande: nove agricultores receberão kits de pecuária, um kit de apicultura e sete kits de piscicultura.
  • Pedra Branca do Amapari: oito agricultores receberão um kit de pecuária e sete kits de piscicultura.

Sobre a Chamada Pública

Lançada em 2 de julho, a Chamada Pública nº 005/2025 prevê a doação de 332 kits de equipamentos agrícolas, totalizando cerca de R$ 4 milhões em investimentos. O objetivo é fortalecer cadeias produtivas estratégicas como açaí, pesca, piscicultura, apicultura, pecuária e irrigação.

Distribuição por segmento:

  • Extrativismo: 110 barcos de alumínio com motor de popa 15 HP e coletes salva-vidas.
  • Pecuária leiteira: 46 ordenhadeiras mecânicas e 46 desintegradores.
  • Apicultura: seis kits com centrífuga elétrica, mesa desoperculadora, tanques decantadores e baldes de inox.
  • Agricultura irrigada: 42 kits com reservatório de 500 L, bobina de tubo gotejador e conexões.
  • Aquicultura: 128 kits para piscicultura em viveiros escavados, com aerador, motobomba, mangueira e maleta multiparâmetros.

Cada kit foi estruturado conforme as necessidades específicas de cada atividade, seguindo critérios técnicos como comprovação de atuação, infraestrutura mínima, licenciamento ambiental e prioridade para áreas estratégicas e comunidades tradicionais.

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