Projeto Alôzinho assistirá 25 escolas estaduais em 2017
Organizadores do projeto reuniram-se nesta quinta-feira com gestores e pedagogos para os últimos ajustes antes do lançamento, em 05 de abril.
A partir da execução do projeto, desde 2011, os registros de trotes direcionados ao Ciodes diminuíram consideravelmente
Os idealizadores e executores do Projeto Alôzinho, dentre servidores das Polícias Militar, Civil, Técnico-Científica e Corpo de Bombeiros, reuniram-se na tarde desta quinta-feira, 23, no auditório da Fundação da Criança e do Adolescente (Fcria), com diretores e pedagogos de 25 escolas estaduais que serão assistidas pelo projeto durante todo o ano de 2017.
Os organizadores pretendem atender ainda, cerca de cinco escolas da rede municipal de ensino, totalizando 30 instituições contempladas. Os coordenadores realizam atualmente palestras, oficinas, visitas ao Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes), dentre outras atividades para alunos de 12 a 17 anos da rede estadual de ensino. As atividades de 2017 estão previstas para iniciar em 05 de abril, na Escola Estadual Raimunda Virgolino, em Macapá.
A priori, o projeto surgiu com o intuito de orientar crianças e adolescentes sobre os transtornos causados por um “simples” trote, que, inclusive, foi o responsável pela morte da bombeiro militar Patrícia Gonçalves Façanha, que deu nome à Lei N° 1.551, de 06 de junho de 2011, que institui o Projeto. Mas os coordenadores perceberam a necessidade de abordar outros assuntos com este público, como explicou a coordenadora do projeto, Nazaré Neves.
“A princípio, o Alôzinho foi criado para combater os trotes telefônicos para os números 190, 192 e 193 e, posteriormente, sentimos a necessidade de ampliar esta finalidade, abordando assuntos como primeiros socorros, combate às drogas, dicas de segurança, de trânsito e outros. Mas o foco maior continua sendo o combate aos trotes”, pontuou.
Para este ano, os idealizadores estimam atender cerca de 10 mil alunos, entre crianças e adolescentes, que representam, segundo o tenente do Corpo de Bombeiros Militar, Lucas Santos, 70% dos autores de trotes telefônicos atendidos pelo Ciodes.
“Nos últimos três anos, o Centro tem uma demanda de aproximadamente 800 mil ligações anualmente, só na capital. Em 2015, o número de trotes chegou a mais de 34 mil ligações. Apenas 30% destas chamadas são feitas por jovens e adultos, a maior parte é realizada por crianças e adolescentes”, pontuou o tenente, que faz parte da coordenação do projeto.
O tenente ainda explicou que, mesmo que não haja deslocamento de equipes para atender às falsas denúncias, há o congestionamento das linhas telefônicas do Centro. O setor atualmente funciona com 10 atendentes.
A Escola Estadual Risalva Freitas do Amaral, localizada no bairro Pantanal, é dirigida pela tenente do Corpo de Bombeiros, Grayce Pantoja e atende mais de 350 alunos no turno da manhã e o mesmo quantitativo no turno da tarde, entre Ensino Fundamental e Médio. Este será o primeiro ano em que os estudantes terão contato com as atividades prestadas pelo Alôzinho. A gestora está animada com a parceria.
“Eu já conhecia o Alôzinho por conta do envolvimento do Corpo de Bombeiros e sei da importância do combate ao trote. É essencial esse trabalho educativo com crianças e adolescentes, por que estes são excelentes multiplicadores da filosofia do projeto. Eles ajudam a fazer esse monitoramento, dentro e fora da escola”, comentou a gestora, complementando que as atividades devem tornar o ambiente escolar ainda mais atrativo para os alunos.
Cronograma
O calendário de atividades nas escolas acontecerá de 10 de abril a 29 de junho, tendo pausa no mês de julho, retomando os atendimentos em 01 de agosto, seguindo até 01 de novembro. Cada escola receberá as atividades por cerca de quatro dias.
Parcerias
Uma das novidades do projeto para este ano é a parceria com a Universidade Federal do Amapá (Unifap), que ofertará 16 vagas para cada escola assistida pelo Alôzinho, para que alunos do Ensino Médio, em situação de vulnerabilidade, cursem informática com certificação.
Números de trotes
Em 2006, ano de implantação do Projeto Alôzinho, os registros do Ciodes apontaram 148.270 registros de trote. Em 2014 foram contabilizados 144.323 trotes. No ano de 2015 houve 34.003 ligações de falso socorro somente no primeiro semestre. O Centro ainda não dispõe dos dados concretos referentes ao ano de 2016.
O setor de atendimento do Centro funciona 24 horas por dia e recebe cerca de 500 chamadas diárias.
Punição
Em 26 de agosto de 2016 o governador do Estado do Amapá, Waldez Góes, sancionou a Lei N° 2.089, de autoria da deputada estadual Maria Góes (PDT), que prevê, no inciso dois do Art. 2°, que: “Os assinantes ou responsáveis por linhas telefônicas que originarem chamadas aos telefones 190 e 193 do Centro Integrado de Operação de Defesa Social (CIODES), e ao 192 do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), não tendo o fato relatado veracidade, ficam sujeitos à multa pecuniária, independentemente das sansões previstas na Lei Penal em vigência”.
Pela Lei, o indivíduo será multado em um terço do salário mínimo vigente, sendo o valor dobrado em caso de reincidência. No Ciodes, há a ferramenta conhecida por “bina”. O número reincidente em trote é identificado, memorizado e bloqueado.
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