Homenagens, apresentações culturais e corte de bolo marcam primeiro dia de programação
Governo do estado representado pelo diretor-presidente do Iepa, Wagner Costa, prestou simbólica homenagem à Madalena Souza, esposa de Sacaca.
Além da família de Sacaca, personagens e instituições que contribuíram para o desenvolvimento das atividades do museu foram homenageados
Na noite de quarta-feira, 5, teve início a programação alusiva ao aniversário de 15 anos da Exposição a Céu Aberto Museu Sacaca, localizado no Centro de Macapá, que leva o nome de Raimundo dos Santos Souza, o Sacaca, puçangueiro tucuju referência para o povo amazônida. Neste primeiro dia de programação, o auditório Waldemiro Gomes recebeu dezenas de convidados, entre população e personalidades que contribuíram para a evolução do Centro de Pesquisas Museológicas.
Familiares de Sacaca estiveram presentes e foram homenageados pelo Governo do Estado, na ocasião representado pelo diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), Wagner Costa. No fim da noite os presentes cantaram parabéns. Houve ainda um momento de oração e agradecimentos, com a participação da pastora Michelini Ramos e corte do bolo.
A estatueta simbólica foi entregue para Madalena Souza, esposa do homenageado. A palavra Sacaca significa senhor da floresta. Aos 8 anos de idade Sacaca teve seu primeiro contato com plantas e aos 13 anos começou na prática de puçangaria, por meio da qual utilizava plantas e árvores em receitas para fins medicinais. Sacaca foi Rei Momo do carnaval amapaense e contribuiu para a fundação da União dos Negos do Amapá (UNA).
Para Raimundo Souza, filho de Sacaca, a homenagem prestada todos os anos ao pai reflete o reconhecimento ao seu trabalho e contribuição ao povo local. “É com muita satisfação que a família recebe essa homenagem. É uma forma de reconhecimento e também de valorização da cultura do Amapá, pois a história de vida dele se confunde e representa a história dos povos amazônicos e do estado. Tudo isso é materializado com a Exposição a Céu Aberto, visitada por estudantes, turistas e sociedade amapaense”, declarou.
Para a diretora-coordenadora do Museu Sacaca, Aimê Favacho, comemorar junto à população amapaense os 15 anos da Exposição a Céu Aberto é o triunfo de todo o trabalho realizado em prol da cultura e turismo no estado. É um caminho de altos e baixos, segundo a gestora, mas o trabalho coletivo tem surtido um progresso contínuo.
“Quando aqui cheguei tive a grata satisfação de encontrar uma equipe compromissada e disposta a colaborar. Vencemos juntos muitos obstáculos e hoje me sinto grata e contente com o que temos alcançado. Restauramos a exposição, reinauguramos, hoje, a Praça do Pequeno Empreendedor Popular, com quiosque que resgata os sabores regionais e com a Mercearia da Amazônia que valoriza o artesanato local. A sensação é de dever cumprido e ainda temos muitos projetos a serem executados”, destacou.
O diretor-presidente do Iepa, Wagner Costa, frisou que o museu está em constante evolução, e que novos projetos estão sendo desenvolvidos para melhor atender aos visitantes. “São 15 anos de progresso e queremos evoluir ainda mais. Há dois projetos para serem executados em médio prazo, um deles é um jardim sensorial e o outro é a implantação de uma exposição permanente sobre mineração em um vagão de trem a ser fixado dentro da área do museu. A mineração também faz parte da história do nosso estado e da Amazônia”, disse o gestor, complementando que o projeto já foi elaborado, o levantamento histórico está sendo feito e, após isso, o Instituto buscará aporte financeiro para execução.
Outro homenageado da noite foi Lindomar Chagas, funcionário do museu desde sua criação. Segundo o colaborador, o Museu Sacaca foi, no começo, um projeto visionário, a ser executado em uma área degradada, coberta por lixo. A ideia só pôde ser executada com colaboração de pessoas envolvidas na área de museologia paisagismo e afins, além, claro, do apoio governamental.
“Eu sempre trabalhei no museu com paisagismo. Começamos a cultivar neste espaço plantas nativas da Amazônia, agregando cultura, biodiversidade e extrativismo regional representando as comunidades amazônicas. Cada vez mais as pessoas se interessam pela história do museu e somam conhecimentos. Nada melhor do que conhecer a nossa região a partir da representação que temos neste espaço. A evolução é contínua e buscamos sempre o que buscou Sacaca, que trabalhou nesta atividade pensando na proteção do meio ambiente e fortalecendo esta vertente”, enfatizou Chagas.
A noite foi de homenagens, apresentações de grupos culturais locais, encenação de peça teatral pelos funcionários do museu, reabertura da Praça do Pequeno Empreendedor Popular e exposições fotográficas como o projeto Maré Mulher, coordenado pela deputada estadual Marília Góes (PDT).
População local e turistas prestigiaram o evento, como Romain Marcos, contabilista francês que chegou a Macapá e se encantou com o que viu no museu. “Acho que Macapá é bem cultural e peculiar. Estou apaixonado pelo museu, pois representa muito bem a cultura da Amazônia. No parque Sacaca eu descobri as árvores, plantas que não há na França e isso é genial. Quero dizer que fiquei muito feliz também com as placas de direcionamento no museu, que estão traduzidas para o francês. Fiquei super encantado”, disse o visitante, admirado.
Ana Cristina Silva acompanhava Romain no museu. Nascida em Macapá, trabalha como assistente social na França. Hoje, aos 45 anos de idade, Ana conta que saiu de Macapá com 19 anos rumo às terras francesas e volta ao estado uma vez ao ano para visitar a família.
“Fiquei emocionada com as apresentações culturais, fiz registros para mostrar aos amigos da França. Essa noite me fez recordar os anos 70, quando eu morava próximo ao museu, onde havia muitas árvores no quintal da minha mãe. As casas dentro do museu se parecem com o que foi a primeira casa de minha família aqui. O museu é uma ferramenta de preservação da nossa cultura. Não se vê mais muito isto pelas ruas da cidade. Amo e admiro muito a cultura amazônica e a guardo no coração. Mesmo em contato com outras culturas, é impossível esquecer a nossa essência”, declarou.
Compareceram na cerimônia de abertura da programação, que segue até este sábado, 8, representantes de órgãos governamentais, tais quais Secretaria de Estado da Administração (Sead), Secretaria de Estado da Juventude (Sejuv), Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo (Sete), Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), pesquisadores do Iepa e outros gestores.
Foram homenageados, por meio de representantes, a Polícia Militar do Estado do Amapá (PM/AP), Corpo de Bombeiros Militar (CBM/AP), 34º Batalhão de Infantaria e Selva do Exército Brasileiro, o Governo do Estado do Amapá e os funcionários do Museu Sacaca. No fim da noite, os presentes cantaram parabéns ao museu e houve corte de bolo.
Programação
Nesta quinta-feira, 6, a programação segue, de 9h às 22h. Na sexta-feira, 7, haverá atrações de 9h às 19h. Nestes dois dias haverá performances teatrais, recital de poesias, shows musicais e apresentação da Banda de Música da Polícia Militar. No sábado, 8, haverá Sessão de Cúpula do Planetário Móvel Maywaka, de 15h às 17h, no auditório Waldemiro Gomes.
As exposições fotográficas Maré Mulher, Memorial de 15 anos da Exposição a Céu Aberto, Memórias do Puçangueiro Sacaca e Memórias de Waldemiro Gomes seguem durante todo o mês de abril.
O Museu Sacaca é aberto a visitações de terça a domingo, de 9h às 17h. Anualmente, a Exposição a Céu Aberto recebe cerca de 30 mil visitantes, entre turistas, estudantes e membros de associações.
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