Escola de Pesca revela artesãos do reaproveitamento
Escamas e pele de peixe viram biojoias e calçados produzidos por alunos
A Escola de Pesca atende pouco mais de 700 alunos.
Oportunidade. É disso que os talentos precisam. Foi nos cursos de biojoias e curtimento de pele de peixe, ofertados pelo Centro Integrado de Formação Técnica em Pesca e Aquicultura do Amapá (Cifpa), que dezenas de estudantes enxergaram a oportunidade de mudarem suas vidas. E o que ia parar no lixo, acabou virando fonte de renda.
Aos 46 anos, Marlene de Paula é um dos exemplos de sucesso. Ela foi aluna da primeira turma dos cursos de biojoias e curtimento de pele de peixe da Escola de Pesca. Até então, Marlene não imaginava que do lixo viria à transformação de sua vida.
“Eu jamais imaginava que de escamas conseguiria fazer lindas joias como faço isso. Após o curso, busquei referências na internet para produzir as peças. Minha condição melhorou bastante, hoje já não vivo no sufoco e com as contas atrasadas”, comemora Marlene.
A artesã não parou por aí. Procurou se formalizar e hoje é microempreendedora individual. Marlene conta que o grande público que compra suas peças é turista. Aos poucos as joias produzidas por ela vão ganhando espaço no mercado e também novos horizontes.
“Uma empresária do Acre viu meu trabalho pelas redes sociais e entrou em contato comigo. Estamos negociando uma parceria para que minhas peças sejam vendidas lá. Estou ficando famosa”, fala a artesã em meio a risadas.
Assim como a Marlene, a mudança de vida através das biojoias também tem sido possível para as mulheres da comunidade quilombola São José do Matapi, distante pouco mais de 20 quilômetros da capital Macapá. Sebastiana da Silva de Jesus participou do curso e procura passar o que aprendeu para outras mulheres. A comunidade que vive da produção de mandioca e seus derivados, hoje tem agregado uma nova fonte de renda.
“Cada peça que produzia eu saia pela vizinhança para mostrar e ver se tinham gostado. Assim foram surgindo, encomendas aqui mesmo na comunidade. Pediam brincos, colares, pulseiras. Hoje o que ganho tem ajudo bastante em casa”, disse a artesã.
As mulheres trabalham artesanalmente todo o processamento das escamas. Depois da lavagem do material, as escamas ficam de molho em uma solução com alvejante que vai retirar o cheiro do material e ajudar no clareamento, depois, podem ser tingidas com produtos naturais, como casca de cebola, beterraba, café, entre outros tingidores orgânicos.
“Parte de tudo que ganho com as vendas eu guardo para realizar outro sonho, que é o cursar uma faculdade e ser professora. Gosto de ensinar e ajudar, assim como me ajudaram nessa profissão de artesã”, comentou a jovem Maria Francisca da Silva.
A Escola de Pesca atende pouco mais de 700 alunos, que frequentam cursos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), de Formação Inicial e Continuada (FIC), com técnicos ofertados pelo governo do Estado, além de oficinas.
“Além de valorizar pequenos empreendimentos com sugestões de alternativas de geração de renda na perspectiva de comercialização justa, solidária e sustentável, a proposta do curso também reconhece a importância da pesca e de seus derivados para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do Amapá”, reforçou o diretor da Escola de Pesca, Everaldo Matos.
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