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Ação contra violência sexual infantil atrai alunos e beneficiários de programas sociais

Programação de orientação e debate sobre a temática teve início nesta quarta-feira, 17, na zona norte de Macapá

Por Redação
17/05/2017 14h47

Nesta quinta-feira, 18, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, haverá evento também na zona sul de Macapá

Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio, aproximadamente 200 pessoas entre estudantes e beneficiários de programas sociais gerenciados pela Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social (Sims) participaram de uma programação de cunho educativo e preventivo, promovida pelo Governo do Amapá em parceria com a Rede Abraça-me de enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil. A programação teve início nesta quarta-feira, 17, no prédio do Projeto Minha Gente, na zona norte de Macapá, e segue na quinta-feira, 18, na zona sul da cidade.

Na ocasião, os participantes assistiram à exibição de um curta-metragem denominado “Segredo”, sobre uma menina vítima de abuso que guarda para si, por um longo período de tempo, a violência que sofreu. Somente quando ela conta para os pais, denuncia formalmente o fato e é acolhida, consegue livrar-se do trauma e recomeçar sua vida, passando a proteger-se mais. Após o vídeo, um momento de debate e orientações encerrou o evento.

Segundo a secretária-adjunta da Sims, Luzia Grunho, o Estado e a Rede Abraça-me visam disseminar, cada vez mais, informações sobre o assunto, orientando crianças, adolescentes e famílias sobre a importância de detectar gestos e atitudes de pessoas mal-intencionadas e sobre a necessidade de denunciar atos de violência contra o público infanto-juvenil.

“O curta-metragem foi um mecanismo que encontramos para passar a eles estas informações de forma lúdica, clara e objetiva. Com a denúncia pelo disque 100 ou 190, nós podemos tomar as providências para acolher a vítima e punir devidamente o autor”, destacou, mencionando ainda que, na maioria dos casos, o ato é praticado por pessoas próximas à família.

Ainda de acordo com Grunho, este é o começo de uma série de ações que continuarão a ser desenvolvidas e contarão com o apoio das demais secretarias de Estado como a Secretaria de Educação (Seed) e Secretaria Extraordinária de Políticas para a Juventude (Sejuv).

Estiveram presentes estudantes da Escola Estadual Everaldo Vasconcelos, localizada no município de Santana e alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Maria Meriam dos Santos Cordeiro Fernandes, localizada no bairro Jardim II.

Kaliu Picanço, de 12 anos, estudante da Escola Maria Meriam, relatou que nunca foi vítima de violência sexual ou tentativa, mas que a partir de agora estará mais atento e saberá o que fazer caso se sinta vulnerável. “É importante estar aqui recebendo essas orientações. Esse tipo de coisa nunca aconteceu comigo, mas eu posso também passar esse conhecimento para outras pessoas da escola e da minha família”, enfatizou.

A diretora-adjunta da instituição de ensino, Cintia Dutra, frisou que os alunos saíram da programação conscientes de que a palavrinha “não” deve ser utilizada em muitas situações em que elas se encontrem vulneráveis, até mesmo no ambiente escolar. “Essa conscientização é muito válida e importante, inclusive para que eles sejam os multiplicadores da informação. A educação e a prevenção valem para que eles fiquem sempre atentos. Todos nós somos vulneráveis e as crianças e adolescentes muito mais”, pontuou.

Fluxo de atendimentos às vítimas

Os participantes também foram orientados sobre as formas de proceder, caso ocorra a violência sexual.

Quando há suspeita, sem necessidade de atendimento médico emergencial, os menores de 18 anos de ambos os sexos devem ser levados de imediato ao Conselho Tutelar, que encaminhará a vítima para órgãos como: Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Praticados Contra a Criança e Adolescente (Dercca), Polícia Técnico-Científica do Amapá (Politec) e Delegacia Especializada em Atos Infracionais (Deiai) - quando o autor for menor de 18 anos – e instituições voltadas ao acolhimento e proteção, como Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram). Posteriormente, serão encaminhadas ao Ministério Público do Estado (MP/AP) e Judiciário.

Em casos de urgência em que a violência tenha ocorrido em menos de 72 horas, crianças de 0 a 12 anos devem ser levadas, inicialmente, ao Pronto Atendimento Infantil (PAI). A partir de 13 anos, do sexo feminino, ao Hospital da Mulher Mãe Luzia e, da mesma idade, do sexo masculino, ao Hospital de Emergências. Finalizado o atendimento médico, as vítimas serão encaminhadas ao Conselho Tutelar e, posteriormente, ao Dercca, Politec, Deiai, órgãos de apoio e acolhimento e o caso chegará ao MP/AP e Judiciário.

Programação

Nesta quinta-feira, 18, a programação continua pela manhã, a partir de 9h, no Centro Cultural Franco Amapaense, localizado na Avenida General Gurjão, 32, no Centro de Macapá, tendo como público-alvo estudantes da Escola Estadual Santa Inês e beneficiários do Renda para Viver Melhor e Passe Social, que residem na zona sul da capital.

 

 

 

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