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Governo e IBGE traçam estratégias para preservar a Rede Geodésica do Amapá

Acordo de Cooperação que prevê campanha de conscientização deverá ser consolidado até o fim de novembro.

Por Redação
11/10/2017 17h33

Informações da Rede Geodésica podem ser usadas, por exemplo, para definir traçados e inclinações de estradas, para que o tráfego nela ocorra com segurança

O governo do Estado e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começaram a montar estratégias para proteger uma das principais ferramentas tecnológicas de desenvolvimento do Amapá, a Rede Geodésica – que mapeia o território com coordenadas geográficas de alta precisão.

Através do mecanismo, o Estado poderá fazer mapeamentos e estudos científicos que ajudam, por exemplo, no monitoramento das mudanças climáticas. Os dados são preciosos para a regularização fundiária bem como para basear obras de infraestrutura.

Com as atividades de campo encerradas, a Rede Geodésica está agora na fase de cálculos. A previsão é que os dados consolidados sejam disponibilizados no site do IBGE até o fim do ano. Enquanto isto não ocorre, os técnicos se debruçam num plano para a manutenção das 701 novas estações geodésicas – marcos em formato de tronco de pirâmide, que guardam informações geográficas.

A preocupação é por conta da destruição da antiga rede, implantada na década de 80, que teve 75% das estações danificadas. De um total de 485 marcos geodésicos apenas 124 estavam em perfeito estado de uso. O restante foi afetado por queimadas, enterrado ou tirado do lugar – o que torna os dados imprecisos e praticamente sem utilidade.

Para evitar a danificação das estações, o governo está construindo um Acordo de Cooperação entre o IBGE e a Secretaria de Estado de Transportes (Setrap). Uma das medidas previstas na parceria é que a secretaria, responsável pela infraestrutura rodoviária, inclua nos contratos de obras a manutenção das estações geodésicas, com limpeza ao redor. Para isto, o IBGE vai disponibilizar um memorial descritivo, que contém a localização exata de todos os marcos espalhados pelos 16 municípios do Estado.

Outra medida é uma campanha publicitária de conscientização junto à população. “Apesar de ser um patrimônio protegido por lei, os marcos geodésicos não possuem nenhuma legislação específica. Queremos que a população ajude na preservação das estações, pois a Rede é importante para o desenvolvimento do Estado”, ponderou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Marcelo Creão.

Segundo ele, a Rede Geodésica do Amapá é a mais moderna do Brasil. Ela foi revitalizada e ampliada com medições coordenadas, gravidade e GPS. Foram construídas mais de 500 novas estações. Outras da antiga rede tiveram dados atualizados. A nova rede alcança todos os pontos extremos do Estado, do sul ao norte.

De acordo com o engenheiro cartográfico do IBGE, Márcio Bonifácio, um dos objetivos da Rede Geodésica é permitir que sejam feitos mapas precisos do território. Além do mapeamento em alta escala, de vias de municípios, as estações geodésicas permitem o estabelecimento de obras de infraestrutura, barragens, canais de irrigação, usinas hidrelétricas, rodovias, entre outras.

A Rede Geodésica do Amapá foi executada por meio de um convênio entre o IBGE e as Secretarias de Estado do Planejamento (Seplan) e de Meio Ambiente (Sema).

Aplicações

Informações da Rede Geodésica podem ser usadas, por exemplo, para definir traçados e inclinações de estradas, para que o tráfego nela ocorra com segurança. As construtoras se baseiam nos dados para fazer os projetos básico e executivo de obras e o controle de andamento dessas construções.

Existem três tipos de redes geodésicas: as planimétricas tridimensionais, que possuem coordenadas horizontais de latitude, longitude e altitude com GPS geodésico (precisão menor que 1 cm); as redes de nivelamento, que usam dados para basear obras como barragens, rodovias; e as estações gravimétricas, que contém dados que permitem estudos do campo gravitacional terrestre.

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