Prejuízo de R$ 58 mi leva Amapá e Pará a se unirem no combate ao roubo e furto de gado
Agências de Defesa Agropecuária dos dois Estados organizaram um encontro em Macapá para aperfeiçoar as estratégias de controle sanitário.
A reunião aconteceu no auditório da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), na zona central da capital amapaense.
O prejuízo de R$ 50 milhões contabilizados em 2015 e 2016 pela Associação de Criadores do Amapá (Acriap) com o roubo e furto de gado, levou os Estados do Amapá e Pará a se unirem no combate ao crime. No lado paraense, especialmente na cidade de Chaves (PA) que concentra o maior rebanho de búfalos do Estado vizinho, o prejuízo anual é de R$ 8 milhões, segundo os sanitaristas de lá. Isto sem contar as divisas que deixam de ser recolhidas. O assunto foi tema de um encontro ocorrido nesta quarta-feira, 10, em Macapá (AP).
Organizado pelas Agências de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro) e Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), o evento reuniu pecuaristas e órgãos públicos dos dois estados para montar estratégias de combate a furtos e roubos de gado. E, também, aumentar o controle sanitário animal nas regiões costeiras do Amapá e Ilha do Marajó (PA). A reunião aconteceu no auditório da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), na zona central da capital amapaense.
Entre as ideias levantadas no encontro está a criação de delegacias especializadas, aumento do efetivo das Policias Civil e Militar nas regiões e o estabelecimento de um Protocolo de Intenções entre todas as entidades envolvidas no controle sanitário dos dois Estados. Também foi alinhado que um fórum será realizado no mês de agosto deste ano, no município de Chaves, para mostrar os avanços desta primeira reunião e criar novas linhas de ações.
O diretor-presidente da Diagro, José Renato Ribeiro, se mostrou otimista com a iniciativa. “Pela primeira vez, conseguimos organizar este encontro e, com certeza, terá avanços e futuramente teremos resultados positivos”, declarou.
O gerente-geral da Adepará, Luis Pinto, considerou que o evento mostrou que existe interesse de ambos os lados em montar estruturas para minimizar os prejuízos com o roubo e furto de gado. “A partir de agora, temos a responsabilidade de buscar as saídas para criar as devidas composições para que, o mais rápido possível, possamos ter resultado de nossas ações”, afirmou.
Combate
Apesar do prejuízo financeiro, as ações promovidas pela Associação de Criadores do Amapá e outros órgãos públicos do Estado mostram a diminuição significativa do crime. Em 2016, por exemplo, a redução foi de 20% em relação à 2017. Já, no ano passado, a queda foi bem mais acentuada – cerca de 80%. Mesmo assim, os índices de roubo e furto de gado ainda são considerados altos pela Acriap.
O presidente da entidade, Jesus Pontes, também se mostrou otimista com o bom nível dos debates. “Existe uma estratégia de enfrentamento ao crime organizado que é o compartilhamento de informações, sejam de entes públicos em todas as esferas, seja da sociedade civil. Então, só isso já teria valido a pena a gente parar uma manhã inteira e debater estratégias para enfrentar o problema”, avaliou o presidente da Acriap.
O médico veterinário, Slow Barbosa, da Adepará, confirmou que o município de Chaves registra anualmente um grande número de animais que desaparecem em fazendas da região. “São cerca de 4 a 5 mil cabeças de gado que são roubadas ou furtadas. E na maioria das vezes, elas são vendidas de forma clandestina, o que causa um prejuízo maior para a economia local, que deixa de arrecadar com os impostos”, finalizou.
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