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1ª ExpoBúfalo conta a história da bubalinocultura amapaense

O evento conta com palestras, oficinas, apresentações e rodadas de negócios com empreendedores do segmento, buscando atingir a cadeia produtiva do estado.

Por Redação
30/05/2018 23h06

De acordo com Colares, ainda existem muitos obstáculos na pecuária de bubalinos, mas a produtividade tem se mostrado positiva

A história de como a bubalinocultura amapaense iniciou e como ela ajudou a colocar o Brasil entre os países exportadores de carne vermelha com maior credibilidade sanitária do mundo marcou a abertura 1ª ExpoBúfalo, nesta quinta-feira, 30. O evento, que faz parte do circuito da TecnoAgro Amapá, ocorre no Parque de Exposições da Fazendinha.

O histórico da atividade econômica foi detalhado pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amapá (Faeap), Luiz Iraçú Colares, que fez um resgate da origem do búfalo, com o primeiro registro em 5.000 a.C. nas áridas regiões da Ásia, local que, nos dias atuais, concentra cerca de 97% da população mundial de bubalinos.

Segundo Colares, a China foi responsável pela domesticação do animal, principalmente utilizando-o como força motriz para arar áreas de agricultura e transportar materiais pesados, assim como utiliza-los também como meio de transporte.

Esses animais chegaram ao Brasil primeiramente no estado do Pará, na Ilha do Marajó, em 1895, através do fazendeiro Vicente Chermont de Miranda, que buscava melhores alternativas econômicas na atividade pecuária. Ele possuía 48 cabeças da raça Mediterrâneo, que foram adquiridas na Itália, embarcadas no Porto de Nantes, na França, e transportadas no navio de nome “Brasileiro”.

No Amapá, o processo de ocupação demográfica foi primeiro de bovinos, tendo início no século XIX, com a introdução do rebanho formado por animais oriundos da Ilha do Marajó. O segundo momento foi com a expansão e melhoramento de bovinos de origem indiana e europeia, no período entre 1943 e 1975. No entanto, era necessário aproveitar melhor as áreas inundadas da região.

A partir de 1950, fazendeiros como Arlindo Correa, Vicente Pontes Sobrinho, Enéas Barbosa, João Honório e Tibúrcio Andrade, à época chamados de “coronéis”, começaram a buscar alternativas econômicas para a criação nas áreas alagadas e de várzea. Logo perceberam a diferença entre bovinos e bubalinos, principalmente na adaptação às condições climáticas, fertilidade, natalidade, mortalidade, peso, longevidade e potencial econômico da atividade.

No governo de Artur Azevedo Henning (1974-1979), foi criado o Programa de Desenvolvimento da Bubalinocultura, em 1976. Que tinha o objetivo de incentivar à ampliação e melhoramento do rebanho bubalino, com a disponibilidade de uma área de 1,3 milhões de hectares.

No Programa foi realizada a importação de matrizes e reprodutores, as ações de sanidade foram intensificadas, houve venda com preço de aquisição e subsídio no transporte dos animais, projetos técnicos de financiamento foram elaborados, disponibilizando crédito com valores diferenciados e ofertando prazos e juros atrativos para os criadores. O governo definiu sistemas de produção, deu assistência técnicas para as fazendas e realizou capacitação para produtores e trabalhadores.

Naturalmente, foi perceptível o crescimento do número de búfalos em relação ao número de bovinos, ultrapassando o rebanho por volta de 1985. Sistemas de produção para gado de corte foram desenvolvidos, juntamente com intercambio tecnológico para avançar na ciência da exploração e fomentar iniciativas particulares.

De acordo com Colares, ainda existem muitos obstáculos na pecuária de bubalinos, mas a produtividade tem se mostrado positiva. “Atualmente temos muitas restrições ambientais. Com a certificação internacional de livre de febre aftosa, deveremos alavancar a cadeia produtiva”, ressaltou.

A perspectiva para o setor, após o reconhecimento do Amapá no meio de produção a nível nacional e internacional depende, ainda, de alguns desafios, como: regularização fundiária; desenvolvimento de novas pesquisas aplicadas à atividade; comercialização e agregação de valor ao produto; elaboração de um Programa de incentivo ao consumo de carne de búfalo; combate à incidência do algodão bravo (Ipomoea carnea), especialmente nos campos de Amapá e Pracuúba, que prejudicam a alimentação dos animais; atualização de sistemas de produção para pecuária, com alternativas tecnológicas modernas, observando principalmente o manejo, melhoramento, alimentação e nutrição, sanidade, instalações e meio ambiente.

TecnoAgro Amapá

A 1ª ExpoBúfalo faz parte do circuito da TecnoAgro Amapá, política do governo do Estado que realiza eventos para a promoção de negócios em todo o espaço estadual, que alia conhecimento, tecnologia, modelos e sistemas de boas práticas de aproveitamento dos recursos naturais e de baixo impacto ambiental.

O circuito é composto por sete eventos: Agropesc, no município de Amapá; Expointernorte, em Oipoque; ExpoVale, em Laranjal do Jari; ExpoFruta, em Porto Grande; Expomandioca, em Ferreira Gomes e ExpoBúfalo e Expofeira, em Macapá.

O objetivo é fortalecer as atividades econômicas regionais com base na agropecuária e gerar oportunidades de negócios com a abertura para novos investimentos e a consolidação dos existentes.

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