Estudantes e professores mostram resultados de projetos ambientais trabalhados em escolas
Mostra contou com vendas de pratos criativos e saudáveis, degustação, apresentação de projetos científicos, vendas de artesanato, entre outras atividades.
Alimentos que poderiam ser jogados fora são reaproveitados pelos estudantes em um dos projetos apresentados na mostra
Com o intuito de dar visibilidade aos projetos de educação ambiental desenvolvidos com estudantes em escolas estaduais das cidades de Macapá, Santana e Mazagão, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) promoveu nesta quarta-feira, 12, no hall da instituição, a “II Mostra Pedagógica em Educação Ambiental – Saberes, cheiros e sabores”. Mais de 12 escolas estão envolvidas na ação.
Os estabelecimentos de ensino fazem parte do projeto “Escola Verde: horta escolar e empreendedorismo sustentável”. As escolas são orientadas tecnicamente pela Unidade de Educação Ambiental da Seed e contam com o apoio da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Conflitos Agrários, Habitação e Urbanismo da Comarca de Macapá (Prodemac), que dispõe recursos para a entrega de kits de ferramentas e insumos para produção das hortas escolares.
Estudantes, professores, gestores escolares, pedagogos e servidores da Seed foram convidados a conhecer o trabalho de cada unidade escolar, além de trocar experiências e vivências de cada realidade do ambiente de ensino e até de suas próprias casas. Por exemplo, a Escola Estadual José de Alencar apresentou uma gama de alimentos que foram preparados, de forma criativa, com produtos de sua própria horta. A professora Nelma Aood, coordenadora do projeto na José de Alencar, explica que a relação do estudante com a própria alimentação muda bastante depois de ele ter contato com a horta.
“Aqui, trabalhamos com os estudantes também a culinária artística com produtos retirados da nossa própria horta escolar. Por exemplo, trouxemos sanduíches naturais que parecem desenhos, pois os legumes, frutas e hortaliças foram cortados para enfeitar o alimento dessa forma. Isso muda o aluno, pois, às vezes, ele nem experimenta determinada fruta, mas já diz que não gosta. Aqui ele é estimulado a fazer e provar, e desta forma acaba gostando do alimento e pede para os pais para produzirem em casa. Isso fortalece, também, a educação alimentar dos estudantes”, explanou a professora Aood.
O evento foi dividido em quatro eixos temáticos: iniciação científica, com apresentação de projetos que foram premiados nacionalmente; horta escolar, degustação, feira para comercialização da produção, venda de pratos criativos e saudáveis; empreendedorismo sustentável, com venda de plantas ornamentais e produtos com reaproveitamento de resíduos; V Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, com exposição dos projetos que representaram o Amapá no evento nacional.
A estudante Laís Ferreira, da Escola Estadual Santa Maria, explicou na mostra sobre o projeto que desenvolve na sua comunidade escolar: o adubo ecológico, um fertilizante feito com aparas de lápis e resíduos orgânicos que é utilizado no solo da horta de sua escola. Com esse projeto, a aluna já foi premiada na Feira de Ciências e Engenharia do Amapá (Feceap) e na Expo Nacional Milset Brasil 2018. Ano que vem, ela vai representar o Amapá na Mostra Científica Internacional Fecitec, no Paraguai. “Aqui, eu falo da importância da coleta seletiva e de que forma estou ajudando o meio ambiente com o meu projeto. Fico feliz pelo reconhecimento e desejo que mais estudantes se interessem pelas pesquisas científicas, especialmente na área ambiental, que é a que mais precisamos”, pontuou Laís.
Novos sabores
Professores e estudantes da Escola Estadual Fagundes Varela, localizada no distrito do Carvão, no município de Mazagão, resolveram inovar na cozinha e chamaram a atenção do público presente. No cardápio, havia cocada de tronco de mamoeiro, farofa feita de cascas de banana, doce de cascas de laranja, creme de couve com maracujá, entre outros alimentos.
“Nós percebemos que muitos alimentos são jogados fora e podem ser reaproveitados, a exemplo das cascas de frutas. Desta forma, trabalhos com nossos estudantes ‘Os três R: reduzir, repensar e reciclar’, e assim surgiram esses alimentos deliciosos e que nutrem, de forma saudável, os nossos alunos”, considerou o professor Jader Cabral, que leciona Química na Fagundes Varela.
Práticas inovadoras
A mostra também objetiva evidenciar as metodologias pedagógicas e resultados alcançados na promoção do desenvolvimento sustentável nas escolas estaduais, dentre eles as práticas inovadoras e o protagonismo juvenil.
O estudante Carlos Daniel Monteiro pratica essas duas ações. Com apenas 11 anos e cursando o 6º ano na Escola Estadual Professora Maria Meriam dos Santos Cordeiro Fernandes, o estudante foi eleito delegado por propor um projeto de captação de água pelas calhas da sua escola e foi, em junho deste ano, para a V Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente defender essa ideia.
“O nosso trabalho é coletivo e pensado para toda a comunidade escolar. Nosso plano de ação se chama ‘Maria Água, compromisso de todos’ e visa proteger este bem de todos, pois a água é um recurso natural essencial para a vida e o que notamos é que existe falta de pessoas sensibilizadas e dedicadas na necessidade de cuidar de tudo, principalmente do meio ambiente”, destacou o estudante Carlos.
Para Marcelina Neta, chefe do Núcleo de Educação Ambiental da Seed, incentivar mostras como essas são essenciais para promover o intercâmbio entre alunos e professores de projetos socioambientais, além de sensibilizar a comunidade escolar para os hábitos saudáveis de consumo por meio da educação alimentar. “Queremos fortalecer a educação ambiental no currículo escolar e também estimular a prática orientada da pesquisa científica focada na perspectiva socioambiental”, considerou.
Participaram também da mostra as escolas estaduais Sebastiana Lenir, Reinaldo Maurício Golbert, Lucimar Amoras Del Castillo, Maria do Carmo Viana, Dom Aristides Piróvano, Mário David Andreazza, Serafini Costaperária, José do Patrocínio e Centro Integrado de Formação Profissional em Pesca e Aquicultura do Amapá.
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