Projeto intensifica luta pelo fim da violência contra a mulher
Promovido desde 2017 pelo governo do Estado, o projeto já percorreu sete municípios com ações educativas a estudantes de 38 instituições de ensino.
Técnicos da SEPM orientam os estudantes sobre a violência no relacionamento afetivo
Durante esta semana, estudantes do Instituto Federal do Amapá (Ifap) participaram do projeto Namoro sem violência, com palestras educativas, dinâmicas, rodas de conversa e vídeos de conscientização e sensibilização sobre o combate à violência no namoro. A iniciativa é do governo do Estado e coordenada pela Secretara Extraordinária de Políticas para as Mulheres (SEPM).
Especialmente neste mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a SEPM preparou uma programação especial com várias ações, inclusive, intensificando temas como o combate à violência doméstica, empoderamento feminino e feminicídio, por meio do projeto Namoro sem Violência. O objetivo é trazer o tema ao debate e propor práticas preventivas e de intervenção, e mudança de comportamento entre as relações afetivas.
A estudante do curso de mineração do Ifap, Diane Balieiro, 18 anos, diz que tem um relacionamento amoroso saudável, mas que já presenciou situações de violência na vizinhança e também com as amigas. “Tenho uma amiga que se envolveu com uma pessoa que a agredia física e psicologicamente, graças a Deus, ela rompeu e superou o trauma”, relata a jovem.
Para a estudante, o ciclo de palestras e as dinâmicas trouxeram crescimento sobre a pauta relacionamento. Ela enfatiza que os ensinamentos servem, inclusive, para coibir situações de violência no convívio escolar e que é necessário avaliar em qual momento o ciúme é saudável. “Nós, mulheres, não podemos aceitar qualquer tipo de abuso ou opressão, devemos nos impor e dar um fim. Nós somos fortes o suficiente para proteger nosso corpo e nossa mente de qualquer violação”, considera Diane.
Raimundo Gomes, 16 anos, também participou das atividades e acredita que prevenir uma situação de violência é uma iniciativa bem mais assertiva. “A maioria dos relacionamentos inicia na fase da adolescência, momento ideal para sermos instruídos e não cometermos o erro de nos envolver em um relacionamento tóxico”, avalia.
Já Meydson Sena, 17 anos, aluno do 3º ano do curso de mineração, conta ter vivenciado uma situação de violência no namoro, em que ele foi a vítima. O relacionamento abusivo durou três meses e teve um fim quando chegou ao extremo da agressão física. “A menina, com o tempo, se mostrou bem ciumenta e violenta, exigindo as senhas das minhas redes sociais. Mas tudo teve um fim no dia que ela me viu conversando com uma amiga e me surpreendeu com três tapas no rosto, cheguei ao limite”, desabafa.
Com o seu testemunho, Meydson chama a atenção para os casos que existem, apesar de raros, de violência onde o homem é a vítima e a mulher agressora e que também devem ser considerados inadmissíveis. “Não se deve agredir ninguém, sendo homem, mulher, homossexual, etc. Todos nós merecemos respeito e conscientização”, conclui o adolescente.
Desenvolvido pela SEPM desde 2017, o projeto Namoro sem Violência já percorreu os municípios de Oiapoque, Laranjal do Jari, Porto Grande, Ferreira Gomes, Mazagão, Santana e Macapá, levando informação e prevenção aos jovens e adolescentes de 38 instituições de ensino.
“Estamos promovendo espaços onde os jovens aprofundem sua consciência crítica em relação à gravidade e impacto da violência nas relações. Oportunizando a sensibilização e mudança de comportamentos entre as relações afetivas. É necessário fazermos esse trabalho de intervenção e prevenção logo no início de namoro”, explica Alessandra Coelho, palestrante e coordenadora do setor de prevenção do Centro de Atendimento à Mulher e à Família (Camuf), onde foi idealizado o projeto.
Programação
A programação de ações educativas segue até o dia 20 de março. Na quarta-feira, 13, as atividades serão no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal), com palestra sobre feminicídio, às 16h. No sábado, 16, será na Igreja de São Pedro, localizada no bairro Beirol, zona sul de Macapá, abordando o combate à violência contra a mulher; e no dia 18, as atividades retornam para o Ifap.
No dia 20 de março, as atividades serão realizadas no presídio feminino do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
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