Seafro realiza ação de saúde destinada ao público afrodescendente

Mulheres de comunidades negras amapaenses procuraram os serviços ofertados na ação

Uma grande ação de saúde, realizada nesta quinta-feira, 21, marcou o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial. A programação foi organizada conjuntamente pela Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro), Serviço Social do Comércio (Sesc), Núcleo de Saúde da População Negra da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) e outras entidades parceiras.

No salão de eventos do Sesc Araxá, em Macapá, foram ofertados diversos serviços, desde embelezamento (tratamento de pele, sobrancelha), passando por massoterapia, aferição de pressão arterial, teste de glicemia até o encaminhamento para exames como preventivo (PCCU) e mamografia, dentre outros. A procura foi grande, especialmente de mulheres vindas de comunidades negras e quilombolas do Amapá, público prioritário da ação.

Aos 53 anos de idade, Solange do Carmo Costa se deslocou da comunidade de Campina Grande, na região rural de Macapá até a sede do município. Ela aproveitou para verificar as taxas de açúcar no sangue, pôde experimentar a massagem oferecida pelas profissionais do Centro de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Cerpis), além de agendar exames médicos.

“É, sem dúvida, uma grande oportunidade de ter acesso a esses serviços. Como em nossa comunidade não temos acesso, aproveitamos para vir até a cidade e buscar por eles, afinal, saúde é coisa séria”, argumentou Solange, antes de fazer o teste de glicemia.

Para o gerente do Núcleo de Saúde da População Negra da Sesa, Pedro Alencar, ações conjuntas como essa, além de integrar ainda mais órgãos de Estado e instituições parceiras, servem para reforçar o recorte racial, através de políticas transversais.

“O governador Waldez Góes tem cobrado muito a transversalidade das políticas públicas para a saúde. E essa transversalidade se propõe a atender públicos específicos, neste caso, mulheres negras, quilombolas, das comunidades mais isoladas”, discursa Alencar.

Para o secretário da Seafro, Aluizo de Carvalho, a ação também serviu para reforçar e relembrar a importância do 21 de março. “É um dia de reflexão. Ações estão sendo desenvolvidas em todo o Brasil e no Amapá não poderia ser diferente. Estamos aqui desenvolvendo atividades voltadas para a mulher, lembrando que estamos no mês dedicado a elas, em conjunto com ações que devem manter um diálogo permanente a partir deste evento”, disse Aluizo.

A data

O dia 21 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em referência ao Massacre de Sharpeville. Na mesma data, no ano de 1960, em Johanesburgo, na África do Sul, 69 pessoas morreram e 186 ficaram feridas, após ação truculenta da polícia do regime do apartheid para coibir um protesto de cerca de 20 mil pessoas, que protestavam contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão com os locais onde poderiam circular.

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