Amapá deve bater recorde na produção de soja em 2019
Projeção faz parte de um estudo feito pelo Rurap, que vai servir de base para políticas públicas outras culturas de grãos no Estado.
Dados sobre a produção de soja no Amapá foram apresentados nesta terça-feira, 23, pelo Rurap
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) apresentou nesta terça-feira, 23, um diagnóstico sobre a produção de soja. De acordo com o levantamento, a área plantada e a quantidade grão produzida no Estado têm aumentado a cada ano. A safra de 2018, que será colhida neste ano, deverá ser a maior desde que a plantação de soja iniciou no Amapá.
Para o levantamento, forma visitadas 29 áreas produtoras, sendo que dessas, 23 plantam de forma individual ou em grupos de produtores, nos municípios de Macapá, Itaubal do Piririm, Porto Grande, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Pracuúba e Amapá. O levantamento traçado com base entres os anos de 2014 a 2018 tem como objetivo traçar o perfil de plantio, quantidade de produtores, safra e vai subsidiar políticas voltadas para a expansão do agronegócio no Estado. A proposta do Rurap é fazer, a partir deste ano, um anuário para acompanhar o desenvolvimento do setor e a cada cinco anos divulgar um diagnóstico.
Segundo o diretor-presidente do Rurap, Hélio Dantas, o Amapá possui todas as características para que o plantio de soja se desenvolva e as informações levantadas pelo diagnóstico servirão para nortear as políticas do poder público, assim como das instituições que fazem interlocução direta com a produção como órgãos de pesquisas, de fomento, de assistência técnica, de créditos e de órgãos ambientais.
“É importante que tenhamos essas informações da situação atual da soja no Amapá. Produção, características das propriedades, quem produz e onde está sendo produzido, ocorrências de pragas e doenças, informações que poderão servir de base para futuras ações do Estado neste setor”, pontuou Dantas.
Diagnóstico
Para fazer o diagnóstico foi elaborado um questionário, cujo enfoque principal foi o levantamento de informações sobre a produção de soja no Amapá. Foi obtida a localização geográfica das propriedades produtoras, elaborando-se mapas das propriedades rurais, produtividade esperada para 2018, principais cultivares plantadas, sistema de plantio utilizado, estrutura existente nas propriedades, principais pragas, doenças e plantas daninhas e geração de empregos efetivos, temporários e mão de obra familiar.
O Amapá possui uma área de 986.189 hectares em ambiente caracterizado como cerrado – arbóreo-arbustivo e cerrado parque – no qual as culturas de grãos apresentam elevado potencial de produtividade, com colheita na entressafra brasileira.
A produtividade de soja no Estado vem aumentando a cada ano e, se comparada à estimativa de produtividade dos principais estados produtores, a produção local fica bem próxima ou acima da média nacional. Para se ter uma ideia, em 2013, o Amapá possuía 5.600 hectares, sendo retiradas 42 sacas por hectare, que geraram aproximadamente 14 mil toneladas de grãos, colhidas em 2014.
Em 2018, o Estado teve 20.515 hectares de plantio com a expectativa de produtividade de 50 sacas/hectare. A colheita está prevista para ocorrer entre agosto e setembro deste ano e, se a previsão for confirmada, será a maior produtividade no Amapá, chegando a uma produção de 61.545 toneladas de soja na safra 2018.
Maiores áreas de plantio
O município de Macapá possui a maior área de plantio de soja, com 8.827 hectares, seguido por Tartarugalzinho, com 6.470 hectares, Itaubal com 4.405 hectares, Porto Grande com 500 hectares e Ferreira Gomes com 350 hectares.
Colheita
61% da colheita de soja no Amapá é terceirizada. Esse fato se dá em função de a colheita ter início no final do mês de julho, quando estamos na entressafra no restante das áreas produtoras no Brasil. Por este motivo os produtores de soja encontram preço melhor na contratação dos equipamentos de colheita.
Geração de emprego
O plantio de soja é atualmente responsável pela geração de 103 empregos diretos, 33 temporários (que são trabalhadores contratados para auxiliar durante a colheita) e 15 trabalhadores classificados na categoria de agricultura familiar.
Doenças e pragas
Outro dado importante é em relação a pragas e doenças que costumam atingir as plantações de soja como a lagarta medideira, percevejo e Helicoverpa.
As doenças diagnosticadas pelos produtores são a Soja Louca, Antracnose, Mela, Mancha Alvo, Ferrugem, Fusariose e Oídio, além de plantas daninhas como Vassoura de Botão, Erva Quente, Fedegoso e Tiririca.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Rural (SDR), Daniel Montagner, são informações que o Amapá precisava saber para formular ações que possam ajudar no fortalecimento deste setor. “Essa base de dados vai subsidiar a formulação de políticas respeitando a sustentabilidade produtiva, e com isso, a gente vai poder pensar em atingir mercados globais. Além disso, os dados também poderão servir de base para outras culturas como o milho, o feijão, o arroz, por exemplo”, finalizou Montagner.
Na próxima quinta-feira, 25, o Rurap deve apresentar um diagnóstico sobre a apicultura no Estado.
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