Hemoap é referência em atendimento a pessoas com anemia falciforme
Mais de 120 pacientes fazem acompanhamento da doença no Hemocentro com equipe multiprofissional.
Nesta quarta-feira, 19, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme, um grupo de doenças hematológicas do qual a mais conhecida e comum é a anemia falciforme, doença hereditária, em que é necessário que ambos os pais tenham o gene da doença, caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue.
Como resultado desta alteração genética, uma Hemoglobina anormal, chamada Hemoglobina S, é produzida em lugar da Hemoglobina normal (Hemoglobina A), presente nas pessoas que não apresentam a doença.
No Amapá, o Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá (Hemoap) é a referência no diagnóstico e acompanhamento da doença, que é inicialmente detectada através do teste do pezinho, que pode atestar anomalias como a Hemoglobina S.
A hematologista Luciana Machado explica que o diagnóstico fechado da doença só acontece após o sexto mês de vida da criança, já que nessa idade não possui mais nenhum sangue da mãe que foi trocado através da placenta e todas as células sanguíneas foram produzidas pelo próprio corpo.
“Fazemos o exame eletroforese de hemoglobina, para descobrir o nível de hemoglobina S que essa criança possui. Dependendo do nível, pode atestar que ela é apenas uma portadora do traço falciforme, ou seja, possui o gene, mas não a doença, ou que ela tem doença falciforme”, explicou a especialista.
Como não tem cura, o acompanhamento da doença é feito durante toda a vida, com consultas que acontecem de acordo com a necessidade de cada paciente. “Entre 0 e 5 anos, além das vacinas normais, as crianças precisam fazer profilaxia contra infecções, pois devido à doença, são mais suscetíveis a alguns tipos de bactérias e vírus que podem levar a óbito; então, os pacientes precisam tomar alguns tipos de antibióticos diariamente, o que não irá trazer nenhum tipo de efeito colateral para a criança”, complementou Luciana.
A anemia falciforme ainda é a principal causa de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) em crianças, já que as células de sangue têm uma maior aderência às paredes dos vasos, o que pode causar obstrução. Outros problemas incluem cálculos na vesícula e nos rins e dores no corpo, causadas pelas obstruções na corrente sanguínea que causam falta de oxigenação no corpo, motivando as dores.
O acompanhamento da doença feito no Hemoap envolve uma equipe multiprofissional de médico hematologista, enfermeiros, nutricionista, farmacêutico, psicólogo e assistente social, cerca de 121 pacientes são atendidos no Hemocentro.
“Fazendo o acompanhamento adequado a expectativa de vida é igual a de uma pessoa que não possui a doença. Pode ter uma vida normal, estudar, trabalhar, ter filhos desde que o paciente tenha controle e disciplina no tratamento”, finaliza Luciana.
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