Polícia Civil do Amapá já recebeu mais de 600 denúncias de crimes virtuais em 2019
Caso mais recente ocorreu no domingo, 1, e teve como alvo o público LGBT e pessoas vivendo com HIV.
Nesta terça-feira, 3, o delegado-geral de Polícia Civil, Uberlândio Gomes, recebeu o requerimento dos representantes dos movimentos LGBT e Fórum de ONG/Aids do Amapá para que o caso seja investigado
Dados da Polícia Civil do Amapá revelam aumento no número de crimes praticados pela internet no Estado. No ano passado, 332 ocorrências dessa natureza foram registradas. De janeiro a agosto deste ano, 608 denúncias chegaram ao conhecimento das autoridades.
De acordo com as investigações, os atos, geralmente, são praticados de forma individual ou até mesmo por grupos organizados, que aplicam golpes ou disseminam ações difamatórias e caluniosas contra outras pessoas, grupos ou classes sociais.
Mas se engana quem pensa que os crimes virtuais ficam impunes. O delegado-geral de Polícia Civil do Amapá, Uberlândio Gomes, explica que existe um serviço específico para combater esses atos. “As pessoas imaginam que a internet é terra sem lei, mas nós temos tecnologia para identificar quem praticou esse tipo de crime. E já estamos trabalhando na estruturação da Polícia Civil para criar uma delegacia especializada no combate aos delitos praticados em ambiente virtual”, anunciou Gomes.
Um caso de grande repercussão ocorreu no último domingo, 1, quando um internauta fez publicações ofensivas ao público LGBT. Nesta terça-feira, 3, representantes do movimento e do Fórum de ONG/Aids do Amapá protocolaram formalmente, na Delegacia Geral do Estado (DGE), um requerimento para que a Polícia Civil investigue os ataques recebidos pela internet. O caso poderá ser enquadrado na Lei de Racismo, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), adotado recentemente.
De acordo com o coordenador da 19ª Parada do Orgulho LGBT e presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos da População LGBT, André Lopes, o momento é de luta e o episódio servirá de fortalecimento para o segmento. “Apesar do assunto se tratar de ofensas, isso reforça os movimentos como a Parada. É inadmissível, em pleno século XXI, ocorrerem essas situações, mas estamos aqui para iniciar mais essa luta e seguir até o fim com ações criminais e cíveis”, informou Lopes.
Os ataques propagados na postagem não ficaram restritos à comunidade LGBT. Pessoas vivendo com HIV também se sentiram ofendidas pela publicação e aderiam à ação. “Lutamos diariamente contra o preconceito. Uma colocação como essa, na internet, desencadeia situações desfavoráveis e ofensivas para essas pessoas que se tratam contra o vírus”, declarou o coordenador do Fórum de ONG/Aids do Amapá, Fabrício Pacheco.
O caso será investigado pela 5ª Delegacia de Polícia, que apura crimes contra as minorias. Os depoimentos devem iniciar ainda esta semana.
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