Governo e sindicatos discutem medidas para driblar a crise
Proposta de acordo formal é uma medida que tem sido debatida com mais de 30 sindicatos.
Na pauta da reunião foram ponderados alguns avanços acerca da Proposta de Acordo Formal referente ao pagamento dos salários do funcionalismo público, tendo em vista o agravamento do atual cenário econômico e a indisponibilidade de recursos financeiros para o pagamento integral dos servidores efetivos até o dia 30 de cada mês, como era de praxe.
A Proposta de Acordo Formal feita pelo Governo tem sido debatida com os mais de 30 sindicatos. O documento expõe que, em caso de absoluta indisponibilidade de recursos financeiros para o pagamento integral dos salários dos servidores efetivos, o Governo pague no mínimo 60% dos salários até o dia 30 de cada mês e os 40% restantes até o oitavo dia útil do mês subsequente. A proposta é válida até dezembro de 2016.
“A melhor maneira é o diálogo. O governador tem nos recebido mensalmente e exposto o diagnóstico financeiro do Estado. Este ato tem sido levado em consideração por todos os sindicatos. Temos nossas exigências, mas também sabemos qual é o limite”, ponderou o presidente do Sindicato dos Servidores do Grupo Administrativo do Estado do Amapá (Sinsgaap), Mauro Oliveira.
O deputado estadual, Augusto Aguiar, que tem acompanhado as discussões, também ressaltou que a iniciativa do Governo tem sido fundamental no enfrentamento da crise. “A forma de governar é essa – ouvir, mediar e executar em conjunto. Waldez tem sido acessível com todos e isso demonstra boa vontade e acima de tudo a capacidade de gerir”, destacou o parlamentar.
O governo e os sindicatos discutem a melhor maneira de enfrentar o delicado momento econômico. “Estamos montando um Fórum permanente onde iremos criar os grupos para ampliar as discussões. A agenda do servidores se tornou uma política de Estado no meu governo, e assim, prevalecerá”, explicou o governador Waldez Góes.
O governador também compartilhou com a frente dos servidores a frustração do Amapá não ter sido beneficiado com o alongamento das dívidas dos Estados com a União. “Se o Amapá tivesse sido beneficiado, teríamos uma economia de R$ 20 milhões mensais. Seria a ‘salvação’ econômica, principalmente, neste próximo trimestre (julho, agosto e setembro) que historicamente é tido como o mais delicado economicamente”, destacou Waldez.
Na reunião também foi compartilhado com a frente dos servidores que a equipe de governo tem dedicado para que o estado consiga pagar a primeira parcela do 13° salário em julho.
No próximo dia 29 de junho, um novo encontro ocorrerá para que seja anunciado o percentual que será pago nos dias 30 de junho e 10 de julho, além do pagamento referente ao 13° salário dos servidores.
Efeitos da crise
Um levantamento da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) mostra a asfixia econômica cada vez mais forte nas contas públicas amapaenses. Os dados, consolidados de janeiro a maio, apontam que as frustrações de receita do Estado, com quedas na arrecadação própria e transferências federais, apenas nestes cinco meses do ano, já ultrapassaram a perda dos 12 meses do primeiro ano de crise, em 2014.
Até maio, a diferença entre o valor previsto e o arrecadado resultou num saldo negativo de R$ 280,4 milhões. Nos repasses federais (FPE, Fundeb e IPI) a frustração foi de R$ 156,5 milhões, enquanto que na arrecadação própria (ICMS, IPVA, IRRF e ITCD), a queda foi de, aproximadamente, R$ 123,9 milhões. Só nestes cinco meses a receita amapaense despencou R$ 24 milhões a mais que o ano todo de 2014, quando a crise econômica provocou perdas de R$ 256 milhões.
No comparativo com 2015, quando o Estado enfrentou frustração de R$ 81,3 milhões no mesmo período, as perdas alcançam a cifra de R$ 200 milhões. A queda, até aqui, já chegou a 90% das perdas totais do ano passado, que foram de R$ 311 milhões.
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