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'É uma sensação indescritível', diz jovem com deficiência visual ao tocar peças de cerâmica em alto relevo na 53ª Expofeira do Amapá

A universitária Alice Chagas, de 21 anos, teve a chance de conhecer o artesanato de maneira sensorial.

Por Cristiane Nascimento
03/09/2024 08h32

A universitária Alice Chagas viveu a experiência de conhecer os pontos da cerâmica por meio do tatoEmoção e muita alegria tomaram conta do pavilhão, que abriga a 1ª Feira Estadual de Artesanato,  no Parque de Exposições da Fazendinha, na 53ª Expofeira do Amapá, nessa segunda-feira, 2. O projeto a "Arte Para Sentir” criou um espaço de inclusão com peças feitas para que pessoas com deficiência visual pudessem sentir a textura e os gráficos das peças. A acadêmica Alice Brito de 21 anos de idade, que é deficiente visual, foi quem inspirou a iniciativa. Ela comentou sobre essa experiência única.

A alegria indescritível de Alice ao ter a experiência sensorial, foi emocionante

"Eu estou muito emocionada, muito feliz.  É uma sensação indescritível.Estou simplesmente fascinada, eu acho que é essa a palavra, fascinada, porque apesar de ter o contato com as peças arqueológicas, eu não conseguia sentir os grafismos, ter contato com elas. Então, poder sentir, tocar sem medo de acontecer alguma coisa. Nossa, é incrível", declarou Alice.

A estudante do oitavo ano do curso de história da Universidade Federal do Amapá (Unifap), conta que sempre teve paixão por arqueologia e desde criança já tinha vontade de estudar história.Ela relata que no início, teve interesse em paleontologia e depois que iniciou à faculdade descobriu uma paixão antiga pela ciência que estuda os períodos históricos e pré-históricos.

"A arqueologia em si é muito visual e poder conhecer, sentir os grafismos e pinturas dessas urnas que tem uma história tão rica, tão bonita é simplesmente incrível", comentou Alice.

Em cada peça que ia tocando, Alice descrevia o que sentia e explicava um pouco do que já aprendeu, destacando particularidades e potencialidades amapaenses.

"Aqui dentro do Amapá a gente tem uma história tão ou mais rica que Grécia, Roma e afins. A gente vai ter uma incidência arqueológica muito forte, o nosso solo é muito variado, então a gente vai ter cerâmicas muito variadas também e  às vezes a gente vai ter esse contato do indígena e do europeu", ressaltou a universitária.

Os responsáveis pelo projeto que oportunizou esse momento na vida da jovem estudante Alice Chagas, são os empreendedores e artesãos Marcides de Oliveira, de 49 anos e a  esposa dele, Josiane Gonçalves, de 47 anos. Eles trabalharam na Expofeira em 2023 e, esse ano novamente com estande no local, além da exposição das peças tradicionais, resolveram trazer algo inovador, com o espaço inclusivo.

A mãe da estudante, a jornalista Aline Brito, acompanhou a filha na experiência

"É um sensação maravilhosa ver minha filha com essa acessibilidade dentro de uma área que ela gosta que é da cerâmica. Ela estava muito ansiosa para participar e eu como mãe fico muito feliz pela  sensibilidade da artesã de ter aberto esse leque", declarou a mãe da estudante, a jornalista Aline Brito.

*Projeto Arte Para Sentir*

A artesã Josiane Gonçalves é mãe atípica e  conta que essa  iniciativa surgiu ao observar que era possível abordar sobre inclusão, principalmente depois de conhecer Alice. A partir daí,  teve a ideia de fazer as urnas Maracá e vasos Aristér com grafismo em 3D, onde é possível que  pessoas com baixa visão e deficientes visuais, conheçam os pontos através do tato.

A artesã Josiane Gonçalves viabilizou o projeto

" O projeto  é amplo e possui peças como esculturas que retratam pessoas com as mais diversas deficiências e inspiradas em história de superação, inclui artefatos de matrizes africanas, peças voltadas ao público LGBTQI+, esculturas negras que  representam homens e mulheres fortes, mostrando a forma a arte de uma maneira verdadeiramente inclusiva" destacou a artesã.

A proposta contou com colaboração de professores da Universidade do Estado do Amapá (UEAP) e apoio do Senador Randolfe Rodrigues.

*Ela voltou e cresceu!*

Com uma estrutura maior e a presença de mais empreendedores, a 53ª Expofeira do Amapá se consolida como a maior feira de negócios da Amazônia. Para os 11 dias de evento, foram montados palcos, pavilhões, arenas, praças de alimentação, parque de diversão e espaços agrícolas e rurais.

Com foco no desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental, a área total passou de 181,5 mil metros quadrados para 231 mil. A participação de empreendedores individuais e microempreendedores foi ampliada de 521 para 700. Além disso, 532 empresas vão disponibilizar produtos e serviços ao público.

A 53ª Expofeira conta com a parceria do Ministério do Turismo, dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), Serviço Social do Comércio (Sesc), CEA Equatorial, distribuidora Caribeña e da Associação dos Municípios do Amapá.

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