Sesa e Semsa investigam casos de doença de chagas em zona rural de Macapá
Estado está preparado para prestar assistência de acolhimento, identificação da doença e tratamento para usuários que necessitarem
Coletiva de imprensa para anunciar casos de doença de chagas
Na manhã desta sexta-feira, 23, as secretarias de Saúde do Estado (Sesa) e do município de Macapá (Semsa) concederam entrevista à imprensa para anunciar que iniciaram a investigação para identificar a origem de alguns casos de doença de chagas detectados na comunidade de Conceição do Macacoari, zona rural de Macapá. Pelo menos 19 pessoas apresentaram os sintomas após participarem de uma festa na localidade. Dez casos já foram confirmados.
Na próxima semana equipes da Vigilância em Saúde, do Estado e do município, serão enviadas à comunidade para identificar a possível fonte de infecção. Além disso, os técnicos irão coletar amostras de barbeiro - inseto responsável pela transmissão - e trabalhar para bloquear a propagação da doença.
Segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS) estadual, dados preliminares apontam que a transmissão pode estar relacionada ao consumo de alimentos contaminados com as fezes do barbeiro que carrega o Trypanosoma cruzi, protozoário que causa a doença.
Segundo o coordenador da CVS, Clovis Omar, a forma de transmissão oral da doença de chagas está controlada no Estado. "Desde 2010, quando aconteceu o último surto da doença na capital, com 22 casos positivos, o governo do Estado, em parceria com a Embrapa e o Sebrae, tem investido na capacitação de empreendedores no que se refere a manipulação de alimentos, a higiene e forma de acondicionamento, o que contribuiu para a redução significativa dos casos", concluiu.
O Estado e o município estão preparados para prestar toda a assistência de acolhimento, identificação da doença e tratamento para usuários que necessitarem. Todos os 19 pacientes investigados estão sendo acompanhados por especialistas da rede estadual de saúde e encontram-se em tratamento.
Chagas no Amapá
A doença de chagas é endêmica, ou seja, típica da região da Amazônia Legal, e costuma acontecer com maior frequência no período chuvoso, que compreende os meses de dezembro a junho.
Onde buscar atendimento?
No Amapá, o atendimento inicia em uma das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos municípios. O médico irá solicitar um exame específico que deve ser realizado no Laboratório Central de Saúde Pública do Amapá (Lacen). De posse do resultado, o usuário retornará ao médico na UBS. Caso positivo, será encaminhado a três unidades de referência da doença para dar início ao tratamento e acompanhamento com especialista, são elas: Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte e UBS Rubin Aronovitch, onde a Sesa disponibilizou um médico infectologista para o atendimento às pessoas com a doença.
A doença
A doença de Chagas é infecciosa febril causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que se adquire por meio do contato direto com as fezes do inseto conhecido como “barbeiro”. Os nomes da doença e do protozoário são homenagens aos cientistas brasileiros Carlos Chagas e Oswaldo Cruz.
Como se pega?
O Trypanosoma cruzi entra no sangue a partir do contato das fezes do barbeiro através da pele ferida ou mucosa do olho, ou pela ingestão de alimentos contaminados com esse material. Pode ocorrer também recebendo transfusão de sangue ou transplante de órgãos de pessoas com a doença. Além disso, a doença pode ser transmitida da mãe infectada para o recém-nascido.
Quais os sintomas?
Os principais sintomas da fase aguda da doença são: febre prolongada (mais de 7 dias), dor de cabeça, fraqueza intensa, inchaço no rosto e pernas. Especialmente quando a transmissão é oral, são comuns dor de estômago, vômitos e diarreia. Devido à inflamação no coração, pode ocorrer falta de ar intensa, tosse e acúmulo de água no coração e pulmão. No local da entrada do parasita, normalmente a picada do barbeiro, pode aparecer lesão semelhante a furúnculo, conhecido como chagoma de inoculação.
Como tratar?
O tratamento deve ser indicado por um médico, após a confirmação da doença. O remédio, chamado benzonidazol, deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença aguda assim que ela for identificada. O tratamento tem duração de 60 dias ou mais.
Como se prevenir?
Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, pode-se usar mosquiteiros ou telas metálicas. Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. Para a prevenção da transmissão oral é importante seguir todas as recomendações de boas práticas de higiene e manipulação de alimentos, em especial aqueles consumidos in natura. A melhor forma de prevenção é o combate ao inseto transmissor.
(Informações sobre a doença foram extraídas do site do Ministério da Saúde)
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