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'Tenho orgulho! Já fiz 674 partos e considero todos meus filhos', celebra parteira tradicional do Amapá

Representada por Maria Luíza, de 68 anos, de Mazagão Velho, o Governo do Estado homenageia todas as profissionais nesta segunda-feira, 20, Dia Nacional da Parteira Tradicional.

Por Alexandra Flexa
20/01/2025 18h18
Dona Maria Luíza, de 68 anos, com os materiais que utiliza nos partos humanizados que faz
Dona Maria Luíza, de 68 anos, com os materiais que utiliza nos partos humanizados que faz
Foto: Rodrigo Abreu/Sesa

É com orgulho que Maria Luíza, aos 68 anos de idade, celebra as 674 crianças que ajudou a trazer ao mundo. Nesta segunda-feira, 20 de janeiro, Dia Nacional da Parteira Tradicional, o Governo do Amapá homenageia e valoriza essas profissionais, representadas por uma das primeiras do estado, Francisca Luzia da Silva, a filha de escravos que dá nome ao Hospital da Mulher Mãe Luzia, em Macapá.

“Tenho muito orgulho. Considero todos meus filhos também. O primeiro deles está com mais de 50 anos, então com muita fé em Deus já fiz 674 partos. Eu vivo tão feliz, que graças a Deus todas as mulheres que eu partejei estão com vida, com os filhos bonitos. Muitos são professores, médicos e enfermeiros. Tenho meu sonho realizado, tanto de parteira como de me formar em técnica em enfermagem”, celebrou Maria Luíza.

Parteira exibe com orgulho o certificado da profissão que escolheu pra vida
Parteira exibe com orgulho o certificado da profissão que escolheu pra vida
Foto: Rodrigo Abreu/Sesa

A parteira, que é de Mazagão Velho, abraçou a profissão há mais de 50 anos. Assim como milhares de mulheres espalhadas pela Amazônia, Maria Luíza iniciou cedo, ainda menina, aos 17 anos de idade fez o primeiro parto da sua vida.

"Nunca vou esquecer quando peguei aquele menino nas minhas mãos", recorda, emocionada.

Mulheres com sabedoria popular e medicinal, que atuam em regiões de difícil acesso como as comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, as parteiras foram reconhecidas por unanimidade pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural do país, com o registro de "Ofício, Saberes e Práticas das Parteiras Tradicionais do Brasil". A lei nº 13.100/2015 instituiu 20 de janeiro como Dia Nacional da Parteira Tradicional, reconhecendo a assistência ao parto domiciliar baseadas em saberes e práticas tradicionais.

Mãe Luzia

O Amapá tem como uma de suas referências, Francisca Luzia da Silva, uma das primeiras parteiras do território amapaense. Nasceu em 9 de janeiro de 1854 e faleceu aos 100 anos, em 24 de setembro de 1954. Homenageada pelo trabalho humanizado, ela dá nome à maternidade de Macapá, o Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML).

À época, as mãos e a experiência de Mãe Luzia trouxeram centenas de vida. Ganhou o título de "Mãe Luzia" do coronel Coriolano Jucá, intendente (espécie de prefeito) de Macapá em 1895, que convidou-a para trabalhar como parteira, com remuneração de um salário. (Com informações do blog do historiador Edgar Rodrigues)

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ÁREA: Saúde