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DIA MUNDIAL DA SAÚDE

Governo do Amapá garante saúde integral e humanizada à população trans e travesti; saiba como funciona

Estado oferece serviços no Ambulatório Trans do HU-Unifap e no Centro AMA-LBTI; trabalho de acolhimento combate o preconceito e evita constrangimento aos pacientes que buscam a rede pública.

Por Júnior Nery
07/04/2025 18h00
Governo do Amapá garante acolhimento multiterpêutico realizado pelo ambulatório trans do HU-Unifap

A atenção integral à saúde pública no Amapá também conta com tratamento especializado e humanizado ao público trans e travestis. Uma importante iniciativa do Governo do Estado que disponibiliza o Ambulatório Trans no Hospital Universitário (HU-Unifap), e os atendimentos no Centro de Acolhimento às Mulheres Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexo (Ama-LBTI).

Nesta segunda-feira, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, saiba como funciona os serviços e o trabalho de acolhimento que combate o preconceito e evita constrangimento aos pacientes que buscam atendimento médico na rede de saúde estadual. 

No Ambulatório Trans, 55 pacientes recebem acompanhamentos endocrinológico para terapia hormonal

Os serviços são voltados com foco no processo multiterapêutico para transição de gênero, seguindo as diretrizes nacionais do Ministério da Saúde. No HU-Unifap, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mantém convênio para o funcionamento do Ambulatório Trans.

Desde outubro de 2024, quando a parceria iniciou, já foram realizadas 62 consultas em enfermagem e psicologia, com 55 pacientes em acompanhamento endocrinológico para terapia hormonal. São pessoas que se identificam como transgêneras ou não binárias vivenciando desafios associados à identidade de gênero diferente daquela atribuída no nascimento. 

Ezra Oliveira, enfermeira coordenadora do ambulatório trans do HU-Unifap

"Nosso objetivo é oferecer um atendimento que vá além do físico, acolhendo as demandas emocionais e sociais desses pacientes. Cada pessoa é recebida com respeito e escuta qualificada. O acesso à saúde é um direito de todos, e o Amapá está na vanguarda da inclusão e respeito à diversidade, garantindo que nenhuma pessoa seja excluída por sua identidade de gênero”, destaca Ezra Oliveira, enfermeira e coordenadora do Ambulatório Trans do HU-Unifap.

O combate ao preconceito e desigualdade de gênero é uma prioridade do Governo do Amapá, que mantém outro ponto de atendimento, que é o Centro AMA-LBTI, vinculado à Secretaria de Políticas para as Mulheres. O espaço propõe o acompanhamento à população trans em todo o seu ciclo de vida, incluindo a garantia de cuidado a sua rede de apoio. 

No Centro AMA-LBTI, a saúde pública é garantida a trans e travestis, com respeito e equidade de gênero

O AMA-LBTI é a porta de entrada para garantir direitos individuais e coletivos para lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais, sendo referência em Macapá como primeiro centro de acolhimento desta comunidade. As pacientes recebem suporte com o serviço social, médico, psicológico e jurídico de forma rápida e eficaz em situações de emergência, para que elas se sintam protegidas.

Ao ser acolhida, a paciente passa por uma triagem com um clínico geral, que faz o encaminhamento para especialidades como:

  • Endocrinologia (acompanhamento hormonal)
  • Psicologia (suporte emocional)
  • Assistência social (orientação sobre direitos e benefícios)
  • Fisioterapia
Iane Santos, médica do Centro AMA-LBTI

“Vejo essa iniciativa do Governo do Amapá como um avanço essencial para garantir que todas as pessoas tenham acesso à saúde e qualidade, independentemente de sua identidade ou de gênero. A criação desse espaço, demonstra não só uma sensibilidade por parte do governador Clécio Luís, mas também um compromisso com os princípios de respeito e dignidade na saúde pública”, considera a médica Iane Satos, que atua no Centro AMA-LBTI.

Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a expectativa de vida de mulheres trans no Brasil é de apenas 35 anos, menos da metade da média nacional. Políticas como a do Amapá não apenas salvam vidas, mas também reafirmam o SUS como instrumento de equidade.

Os atendimentos são gratuitos e disponíveis para todos os usuários do SUS. Veja como acessá-los:

  • Ambulatório Trans do HU-Unifap
    O Hospital Universitário fica na Rua do Estádio do Zerão, no bairro Jardim Marco Zero, e atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. Para solicitar atendimento, é preciso apresentar RG (informar caso tenha nome social que não conste na identidade), cartão do SUS e comprovante de residência.

  • Centro AMA-LBTI
    O espaço funciona na Rua Odilardo Silva, 854, bairro Laguinho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Para solicitar atendimento, é preciso apresentar RG (informar caso tenha nome social que não conste na identidade), cartão do SUS e comprovante de residência. Outras informações pelo número (96) 98403-3018 (WhatsApp).

“Há tempos, a comunidade necessita desse tipo de serviço, hoje, ofertado na gestão do governador Clécio Luís, que tem se mostrado comprometido com a causa. Temos avançado bastante com a assistência e políticas públicas de saúde a essas populações. Em março, conseguimos aprovar a Política Estadual de Saúde da População LGBTQIA+, no Conselho Estadual de Saúde. Isso é um avanço significativo, que reflete o compromisso com uma gestão pública plural e de qualidade”, destacou o responsável técnico pela Saúde LGBTQUIA+ da Sesa, Renato Nascimento.

No Brasil, foi a partir de 2006 que transexuais e travestis puderam começar a usar o nome social no SUS

Saúde trans

Somente em 2019 a transexualidade deixou de ser considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, foi a partir de 2006 que transexuais e travestis puderam começar a usar o nome social no SUS, por meio da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde.

Dois anos depois, as cirurgias de redesignação sexual, o acompanhamento multidisciplinar e as terapias hormonais foram instituídas para mulheres trans. Somente em 2013, pela Portaria 2803/2013, vigente até hoje, é que homens trans e travestis foram incluídos nessa política pública.

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ÁREA: Saúde