Terapia nutricional do Hospital da Criança e do Adolescente é forte aliada na recuperação de pacientes com síndromes gripais no Amapá
Equipe de nutrição oferece dieta individualizada, suplementação e orientação às famílias para fortalecer o tratamento e a imunidade das crianças internadas.

No Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) e no Pronto Atendimento Infantil (PAI), em Macapá, o cuidado com a alimentação é parte fundamental do tratamento de crianças internadas com síndromes gripais e respiratória aguda grave (SRAG). Desde a admissão hospitalar, todos os pacientes passam por uma avaliação nutricional para garantir que a dieta esteja de acordo com o diagnóstico clínico e contribua para a recuperação.
As unidades enfrentam alta demanda de internações neste período de doenças sazonais e de situação de emergência em saúde pública, decretada pelo Governo do Amapá. A nutricionista e responsável técnica da equipe de nutrição do HCA, Rachel Costa, explica que o cuidado com a alimentação começa logo na entrada do paciente.

"Todas as crianças, tanto no HCA quanto no PAI, são avaliadas por um nutricionista. Fazemos uma anamnese [entrevista] para entender os hábitos alimentares e, a partir disso, adequamos uma dieta específica para cada caso, respeitando as restrições e preferências, mas sempre com foco na melhora do estado de saúde", explica Rachel.
Para pacientes com síndrome gripal, o foco da dieta está em oferecer alimentos que reforcem a hidratação, aumentem a imunidade e sejam de fácil aceitação, já que a febre e o mal-estar costumam reduzir o apetite.
"Nesses casos, priorizamos sopas, sucos naturais, frutas in natura e uma alimentação mais líquida. Quando necessário, utilizamos suplementos para garantir um aporte calórico adequado, principalmente quando a criança chega debilitada”, detalha a nutricionista.

A rotina alimentar no hospital inclui seis refeições diárias — café da manhã, dois lanches, almoço, jantar e ceia. Para os bebês que ainda se alimentam exclusivamente de leite, a frequência é ainda maior, com alimentação a cada três horas, inclusive durante a madrugada.
Crianças em fase de transição para os alimentos sólidos, entre cinco e seis meses, também recebem atenção especial. A equipe de nutrição acompanha e orienta as mães sobre a introdução alimentar de forma adequada, respeitando as fases do desenvolvimento infantil.
Alimentação adaptada e dia do açaí
Outro desafio enfrentado no HCA é o aumento de casos de seletividade alimentar, em que as crianças têm dificuldade de aceitar novos alimentos. Nesses casos, a dieta é adaptada para garantir que o paciente se alimente, sem comprometer o tratamento.
“Hoje, vemos mais crianças com seletividade, então muitas vezes somos nós que nos adaptamos ao que elas conseguem comer, sempre buscando o equilíbrio nutricional", explica Rachel.

Esse foi o caso do pequeno Uriel Bandeira, de 6 anos, internado há quatro dias no hospital por conta de uma gripe forte. A mãe, Nelvelis Bandeira, conta que a equipe de nutrição tem sido essencial na recuperação do filho:
“Eu fui muito bem atendida aqui. Quando cheguei ao hospital, ele estava vomitando muito e não estava comendo direito, mas já conversei com as nutricionistas. Como ele é muito ruim para comer carne, frango, elas estão adaptando uma dieta bem macia para que ele possa comer. Aos poucos, ele está conseguindo se alimentar melhor e está melhorando", relata a mãe.
Como forma de acolhimento, o hospital instituiu o “dia do açaí” às segundas, quartas e sextas-feiras, para as crianças que já consomem esse alimento e estão clinicamente liberadas. “Muitas crianças tomam açaí em casa, é um hábito cultural. Então, adaptamos essa realidade à dieta hospitalar", conta a nutricionista Rachel.

UTI e alimentação enteral
Nos casos mais graves, como os internados na UTI ou nas salas vermelhas do PAI, a alimentação é feita por via enteral, um procedimento que utiliza sondas para garantir a nutrição adequada em situações de intubação ou incapacidade de alimentação oral. Essas dietas são mais calóricas e elaboradas com rigor técnico para garantir segurança e suporte nutricional intensivo.
Orientações na alta hospitalar
O trabalho da nutrição não termina com a alta hospitalar. Os pais recebem orientações detalhadas sobre como manter uma alimentação saudável em casa, especialmente nos casos de crianças que apresentaram desnutrição durante a internação.
“Em alguns casos, o acompanhamento continua no ambulatório do Hcal [Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima], onde seguimos com a suplementação até que a criança atinja o peso ideal,” finaliza a nutricionista.
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