Dia Nacional do Diabetes: doença é a segunda maior condição crônica não transmissível no Amapá
Esta quinta-feira, 26 de junho, marca a luta contra a doença, que pode ser tratada no Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal), em Macapá.

Nesta quinta-feira, 26 de junho, Dia Nacional do Diabetes, o Governo do Amapá faz um alerta à população sobre a importância de prevenir, identificar e tratar corretamente a doença que é a segunda maior condição crônica não transmissível no estado, segundo a Secretaria de Saúde (Sesa).
O endocrinologista Renato Paulista, destaca que o diabetes é uma doença que, quando não diagnosticada ou tratada, pode trazer sérias complicações. “É uma condição caracterizada pela elevação do açúcar no sangue. O diagnóstico é feito quando a glicemia em jejum está acima de 126 mg/dL ou acima de 200 mg/dL em qualquer momento do dia”, explica.

O médico reforça que logo após o diagnóstico, é fundamental buscar atendimento médico especializado. "Pode ser um clínico geral ou endocrinologista. A partir daí, o paciente recebe as orientações sobre alimentação, prática de exercícios e, se necessário, uso de medicamentos”, orienta.
No Amapá, pela rede estadual o paciente com diabetes pode ser tratado no Hcal. O atendimento inclui consultas regulares, exames, encaminhamento para especialistas como oftalmologista e cardiologista, e orientações nutricionais.
“O acompanhamento é feito de forma individualizada. Os retornos são marcados a cada três ou seis meses, conforme a evolução do quadro. O importante é manter o controle contínuo da glicemia”, destaca o endocrinologista.
O diabetes afeta milhões de brasileiros e representa um dos maiores desafios para a saúde pública. No país, cerca de 17 milhões de adultos convivem com a doença, explica Leidilene Pinheiro, responsável técnica de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da Sesa.

"O Núcleo de Atenção Primária à Saúde da Sesa reforça a importância da prevenção, a busca por atendimento nas Unidades Básicas de Saúde [UBS] para diagnóstico e tratamento precoce. O diabetes ocupa o 6° lugar no mundo em número de casos. A prática de atividade física e o consumo de alimentos saudáveis são essenciais", pontuou Leidilene.
A estudante Alanna Corrêa, de 18 anos, foi diagnosticada com diabetes tipo 1 após um grave quadro de cetoacidose diabética, que a deixou internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Eu perdi 7 quilos em um mês, me sentia cansada, sem forças nem para sair da cama. No dia em que pedi ajuda, já não conseguia mais respirar direito. Cheguei ao hospital com a glicemia em 500 e fui direto para a sala vermelha. Passei quatro dias na UTI e mais dez em observação”, relembra Alanna.

Hoje, a jovem leva uma rotina rigorosa de cuidados com a saúde, que passa pela alimentação, uso de insulina e até controle emocional.
"Tenho que aplicar insulina três vezes ao dia e medir minha glicemia mais de dez vezes. Até produtos que dizem ser zero açúcar, às vezes contêm açúcar escondido. O controle é diário e exige atenção o tempo todo”, conta.
O endocrinologista explica que a boa alimentação e atividade física são a base do tratamento. A principal recomendação é adotar hábitos saudáveis.
“A base do controle do diabetes é a alimentação adequada e a prática de atividade física. É importante evitar alimentos com alto índice glicêmico como açúcar, tapioca, farinha de tapioca, macaxeira e refrigerantes. O carboidrato não precisa ser cortado, apenas bem orientado”, esclarece o especialista.
Frutas também devem ser consumidas com equilíbrio, pois contêm frutose. “Não se deve tomar sucos concentrados ou comer várias frutas de uma vez. É possível ter uma dieta variada, desde que seja controlada”, acrescenta.
Mitos
Muitos pacientes recebem o diagnóstico com medo e desinformação. Entre os mitos mais comuns, está a ideia de que a pessoa com diabetes não pode comer nada ou que, inevitavelmente, terá complicações.
“Quem segue o tratamento corretamente tem uma vida normal. Inclusive, muitos pacientes com diabetes tipo 2 conseguem controlar a doença sem medicamentos, apenas com reeducação alimentar e exercícios”, afirma o médico.

Tipos mais comuns e sintomas
O diabetes tipo 2 é o mais predominante, relacionado a fatores como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada. Já o tipo 1 está ligado à produção insuficiente de insulina. Há ainda o diabetes gestacional e outros tipos menos comuns.
Os sintomas nem sempre aparecem de imediato. No início, a pessoa pode sentir apenas cansaço. Com o tempo, surgem sinais como sede excessiva, fome fora do comum, perda de peso, visão turva e vontade frequente de urinar.
Quando não tratada adequadamente, a doença pode causar infarto, AVC, insuficiência renal, neuropatias (como dor ou formigamento nas pernas), dificuldades de cicatrização e até amputações. “Tudo isso pode ser evitado com acompanhamento, alimentação correta e mudanças de hábitos”, reforça o Doutor.
O perfil mais comum de quem desenvolve diabetes tipo 2 inclui pessoas com sobrepeso, sedentárias, com pressão alta, colesterol descontrolado e histórico familiar da doença. “Esses são os principais fatores de risco. Por isso, é importante fazer exames periódicos e observar sinais que o corpo pode dar”, completa.
A orientação do Governo do Estado é clara: prevenir é o caminho mais eficaz. Mesmo quem tem histórico familiar pode evitar a doença ao adotar hábitos mais saudáveis.
“O alerta neste Dia Nacional do Diabetes é para que a população amapaense cuide da alimentação, mantenha uma rotina de exercícios e busque atendimento médico ao menor sinal de alteração na saúde. O diagnóstico precoce e o tratamento correto garantem uma vida plena, sem complicações”, reforça o especialista.
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