Oficina busca minimizar impactos da separação de casais com filhos
Projeto é realizado no município de Santana e deverá ser estendido a outras cidades do Amapá.
O entendimento e a boa convivência entre o casal para melhoria do convívio com os filhos, após uma separação, são os principais objetivos da 3ª Oficina da Família, realizada nesta terça-feira, 30, na Promotoria de Justiça de Santana. A oficina é uma das ações do Governo do Estado, realizada pela Secretaria Extraordinária de Políticas para as Mulheres (SEPM), em parceria com o Ministério Público, Tribunal de Justiça e Prefeitura Municipal de Santana.
Os treinamentos sobre o tema devem ocorrer uma vez por mês. A intenção é fazer com que pais e filhos compreendam que a separação é apenas do casal e não da família. “A oficina é apaixonante pois visa agregar a família. Durante a oficina, os técnicos mostram os impactos do conflito na vida da criança e a forma como esse casal lida com o divórcio e, também, incentivam a reestabelecer o amor com seus filhos”, explicou a secretária de Políticas para as Mulheres, Aline Gurgel.
Cerca de 30 pais, 20 adolescentes e 16 crianças participaram do encontro, com atividades em quatro salas. O curso é ministrado de acordo com cada faixa etária e com temas distintos. Crianças fazem atividades lúdicas, adolescentes participam de atividades lúdicas e reflexivas, e os pais somente de atividades reflexivas. Puderam participar do curso crianças a partir dos seis anos e adolescentes com até 17 anos e 11 meses.
“Esse trabalho é realizado por toda uma equipe e só acontece porque tem instituições que realmente se importam com as famílias, pois elas, sim, são as instituições mais importantes”, disse a promotora de Justiça Sílvia Canela. Ela ponderou que “sempre será um problema os pais trazerem o filho para o conflito, isso porque eles não estão preparados para enfrentar a situação e que os filhos são os mais afetados por estarem na fase de formação de sua personalidade”, ressaltou.
Para uma jovem de 24 anos, que está grávida e tem mais um filho com o ex-marido, a oficina é importante para que essas crianças e o casal aprendam a lidar com a separação. “Agradeço por participar dessa oficina, pois sei que vai mudar muita coisa na nossa relação. De fato, as crianças são as que mais sofrem com tudo isso, e nós pais temos que deixar o orgulho de lado e aprender a superar”, disse a jovem.
Santana
O município de Santana é um dos pioneiros na realização de oficina de parentalidade no Amapá. A proposta é expandir as oficinas para todas as comarcas do Estado.
O projeto
O projeto sobre parentalidade surgiu nos Estados Unidos e Canadá. Foi trazido para o Brasil pela juíza Vanessa Aufiero da Rocha, que o pôs em prática na cidade de São Vicente (SP). Em razão da aceitação e dos resultados positivos, a ideia foi encampada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o adotou como política institucional. A determinação é que ele seja um dos recursos utilizados pelos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania em parceria com as Varas da Família.
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